Inadimplência cresce no comércio

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                                              Alta dos juros e desemprego levam muitos consumidores a não honrar compromissos financeiros.

A aposentada Clélia Albuquerque está com inúmeras dívidas, que ultrapassam R$ 10 mil, ao longo dos últimos quatro meses. Sem dinheiro, não sabe qual será a melhor alternativa para colocar as contas em dia. Essa situação é uma realidade vivenciada por grande parte dos consumidores mineiros. Prova disso é que a taxa de inadimplência em Belo Horizonte chegou a 7,7% em agosto, 1,1 ponto percentual a mais ante julho. Trata-se do pior resultado desde o sexto bimestre (novembro/dezembro) de 2009.  que o aponta o levantamento da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).

O economista da entidade Guilherme Almeida explica que é preciso esclarecer que endividamento é um compromisso financeiro que supera 90 dias. Entre os fatores que contribuíram para a situação estão fatores relacionados ao cenário recessivo que o País enfrenta, como alta de juros e desemprego. Também chama atenção para o comportamento do consumidor brasileiro, que não tem hábito de fazer planejamento financeiro antes de ir às compras. "Isso é uma questão cultural".

Almeida não descarta também a possibilidade do resultado do endividamento de agosto ser fruto das compras feitas no Dia das Mães, em maio. "Pode ser que muitas pessoas tenham feito compras parceladas nessa data". Na contramão da inadimplência, o nível do endividamento do consumidor tem apresentado retração desde junho. Em agosto, o índice chegou a 53,7%, queda de 1,3 ponto percentual na comparação com o mês anterior.

Comportamento - Segundo o economista, é preciso diferenciar o comportamento do consumidor, o que vai às compras sem planejamento do que compra com base no orçamento e de forma cautelosa, principalmente em meio à recessão. "O consumidor está temoroso quanto ao cenário de instabilidade econômica que o País vem enfrentando, e tem priorizado no orçamento doméstico a compra de artigos de primeira necessidade e a manutenção do crédito".

Pelo levantamento, a maioria dos entrevistados (37,5%) está com os compromissos em atraso há mais de três meses. Já 56,7% dos consumidores consultados esperam saldar as contas atrasadas nos próximos 90 dias, percentual 33,3 ponto percentual menor do que os 90% registrados em julho. A pesquisa mostrou que os principais motivos dos atrasos foram o descontrole ou a falta de planejamento financeiro, relatados em 55,9% dos entrevistados.

Na lista de comprometimento da renda para os próximos meses, os meios eletrônicos de pagamento como cartões de crédito e de loja são responsáveis por 83,8% dos compromissos, seguido por financiamento de automóveis, que representa 4,1%.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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