Consumo de itens estrangeiros é recorde

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou ontem o estudo Coeficientes de Abertura Comercial, indicando que a participação dos produtos importados no consumo doméstico de bens industriais é recorde. Segundo o trabalho, o coeficiente de exportação - que corresponde à participação das exportações na produção da indústria - era de apenas 10% em 1996, mas aumentou de forma contínua até 2006, quando chegou a 20,4%. Nos anos seguintes, essa participação recuou, terminando 2010 em 17,5%. De acordo com a CNI, a tendência de 2011 indica reversão da tendência de queda.

Segundo a CNI, o coeficiente de penetração de importações segue em tendência de alta desde 2004. Esse indicador, medido pela participação dos produtos importados no consumo doméstico, está aumentando de forma consistente. Com exceção do ano de 2009, o coeficiente cresceu de 2003 a 2010, passando de 12,1% para 20,3%. A confederação acredita que, em 2011, a participação dos importados no consumo deve aumentar ainda mais.

No estudo, a CNI destaca também que tem aumentado a importância das exportações para a indústria. Segundo a pesquisa, a tendência observada em 2011 aponta para a retomada do crescimento do coeficiente de exportação. No acumulado de quatro trimestres, encerrados no terceiro trimestre deste ano, o coeficiente alcançou a marca de 17,9%, o que representa um aumento de 0,4 ponto porcentual na comparação com 2010.

De acordo com a confederação, esse aumento é resultado do crescimento "do quantum exportado pela indústria de transformação, associado a uma virtual estabilidade da produção física no período". Na indústria de transformação, o aumento foi de 0,4 ponto percentual, atingindo 15%. Na indústria extrativa, a alta foi de 0,8 ponto percentual, chegando a 73,7%.

Mais de um quinto do consumo total de bens industriais é atendido por importados, destaca o estudo. O coeficiente de penetração de importações alcançou 21,5% no acumulado dos quatro trimestres encerrados no terceiro trimestre deste ano, com alta de 1,2 ponto percentual em relação a 2010. Segundo a CNI, é o maior valor da série histórica (iniciada em 1996) e está quase dez pontos percentuais acima do nível mais baixo, registrado em 2003.

No caso da indústria de transformação, o aumento no acumulado em quatro trimestres até o terceiro trimestre deste ano foi de 1,3 ponto porcentual, alcançando a marca de 20,4%, mais do que o dobro do observado em 1996, quando era de 10,1%. O coeficiente da indústria extrativa, entretanto, aponta relativa estabilidade. O acumulado em quatro trimestres ficou em 58,8% no terceiro trimestre de 2011, queda de 0,4 ponto percentual na comparação com 2010.

O estudo, lançado ontem, será um produto trimestral da CNI e envolve quatro setores da indústria extrativa, 23 setores da indústria de transformação e 18 subdivisões. (AE)


Veículo: Diário do Comércio - MG


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