Pela primeira vez, caem vendas de smartphones

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                                  IDC Brasil revisou para baixo previsão de comercialização do produto


Parecia que o mercado de smartphones estava blindado contra o momento econômico do País, mas não. As vendas de celulares inteligentes registraram queda pela primeira vez no País. Em abril, foram cerca de 4,86 milhões de aparelhos comercializados, 1% a menos do que no mesmo mês de 2014. Em maio, a queda foi de 16%, com 3,89 milhões de smartphones vendidos, apontou o estudo Mobile Phone Monthly Tracker, realizado pela IDC, empresa de inteligência de mercado e serviços de consultoria em Tecnologia da Informação e Telecomunicações (TIC).

Historicamente, os meses de abril e maio costumam ser bons para o mercado de smartphones, já que as vendas são puxadas por datas comemorativas, como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. Mas vários fatores explicam essa desaceleração, destaca o analista de pesquisas da IDC Brasil, Leonardo Munin.

A alta do dólar gerou repasses de preços ao consumidor, os aparelhos intermediários ficaram de R$ 30,00 a R$ 60,00 mais caros, e os tops de linha tiveram aumento de R$ 100,00 a R$ 200,00, afetando diretamente o volume de celulares comercializados. Além disso, o poder de consumo e a confiança do brasileiro também colaboraram para o desempenho do mercado de smartphones. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1,4% em junho e chegou a 83,9 pontos, segundo menor nível desde que o índice foi criado, em setembro de 2005. Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 4,9% no mês passado, com 68,1 pontos, o menor nível da série iniciada em outubro de 2005.

Ainda de acordo com o estudo da IDC, os canais de varejo e de distribuição estão com estoque de produtos lotados. "É algo nunca visto no mercado de smartphones", admite Munin. As operadoras estão reduzindo o volume de compras de aparelhos, e a maioria das fabricantes está reajustando os negócios e as projeções de venda frente a essa nova realidade do mercado brasileiro.

E a situação não deve melhorar nos próximos meses. Os números preliminares da IDC para o segundo trimestre mostram que as vendas devem cair 12% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Prevíamos um crescimento de pelo menos 5%, mas agora trabalhamos com volume negativo. Isso é reflexo do momento econômico do Brasil", comenta Munin. Ele compara que, em 2014, quando o mercado de smartphones estava forte, houve um aumento de 56% frente ao segundo trimestre de 2013.

A IDC Brasil revisou para baixo as suas expectativas para este mercado em 2015. De uma previsão inicial de 63,5 milhões, caiu para próximo a 54 milhões de unidades.

Uma boa alternativa para as fabricantes, segundo ele, é apostar nas pessoas que querem trocar de aparelho. "Convencer quem tem um celular tradicional a comprar um smartphone e quem já tem um celular inteligente de entrada ou intermediário optar por um modelo mais robusto é a solução para que o mercado continue girando um bom volume de dispositivos", sugere Munin.



Veículo: Jornal do Comércio - RS





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