Profissionalização de serviços de limpeza atrai estrangeiros

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Os altos encargos trabalhistas têm criado novas opções de prestação de serviços. Atentas às mudanças nas leis de direitos dos funcionários, empresas estrangeiras especializadas na prestação de limpeza profissional apostam no mercado brasileiro. A portuguesa House Shine é um exemplo, e estima a expansão no mercado interno, onde espera chegar até o final de 2013, a 300 franquias em operação. Voltada a limpeza doméstica profissional a particulares, clientes corporativos, condomínios, com extensão de serviços de lavanderia, a House Shine, criada em 2008, usa produtos de limpeza próprios e chegou ao Brasil este ano.

De acordo com o presidente da House Shine, Cândido Mesquita, o mercado brasileiro tem um grande potencial, por começar a vivenciar uma tendência na mudança cultural do serviço de limpeza. Segundo ele, o cenário indica que cada vez mais a demanda pela terceirização tenderá a aumentar, afirmou ele ao DCI.

"Há uma previsão de novas leis aos trabalhadores, e os empregadores terão que arcar com maiores encargos. Por isso, alguns especialistas dizem que essa lei poderá indiretamente aumentar o número de empregadas informais. "Nesse meio, o trabalho de limpeza terceirizado surge como opção para quem precisa do serviço, mas não quer empregadas fixas", destacou." Para Mesquita, que e é licenciado em Marketing e Gestão pelo Instituto Politécnico do Porto, em Portugal, a previsão da rede é alcançar faturamento de 18 milhões de euros, sendo que no país de origem existem 47 franquias, aonde é líder no segmento lusitano e foi três vezes premiada pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação.

Com a ascensão da classe média no Brasil, além do maior número de oportunidades para as pessoas dessa faixa de renda que se interessam em seguir os estudos, o empresário segue confiante nas oportunidades que surgirão no Brasil. "Em Portugal não existe muito mais espaço para a expansão. Lá estimamos no máximo 50 franquias. Já no Brasil a meta é chegar a 300 franquias até dezembro de 2013. Afinal, existe uma demanda forte. Há falta de mão de obra, pois encontrar empregadas domésticas não é tarefa fácil. Afora isso, a economia brasileira tem crescido, já em Portugal está em crise", explica o empresário, para justificar a entrada no mercado nacional.

O empresário destaca, ainda, o País estar em meio à polêmica sobre o projeto de lei que concede novos benefícios às empregadas domésticas (PEC 478/2010). "Os empregadores terão de arcar com mais encargos. Essa lei poderá indiretamente aumentar o número de empregadas informais. Nesse meio, o trabalho de limpeza terceirizado surge como opção para quem precisa do serviço, mas não quer empregadas fixas", ressaltou ele.

Conforme Mesquita, a contratação do profissional, ao contrário, fica sempre a cargo da franquia. "O consumidor paga apenas a diária, ou seja, uma opção agora com a possível aprovação da PEC", acrescenta o franqueador. A House Shine requer investimento de cerca de R$ 56 mil e o perfil do franqueado envolve como característica crucial o fato de saber lidar com a área comercial e gerenciamento de equipes. "Mandamos sempre duas pessoas para realizar o serviço com nosso método. Com relação ao investimento, tem o perfil voltado às microfranquias. Não é preciso ponto comercial, basta apenas um telefone e um e-mail para atender os clientes [chama-se formato home based]".

A marca já conta com cerca de 80 empresários brasileiros interessados em aderir ao modelo e a projeção é terminar o ano de 2012 com 60 franquias comercializadas, ou seja, 60 cidades que poderão contar com a opção de serviços terceirizados de limpeza.

Concorrência

O mercado de limpeza profissional no País tem outra gigante internacional, a norte-americana Jani-King Brasil. A rede de franquias, que comemorou incremento de 30% nos negócios no ano passado, ao faturar cerca de R$ 80 milhões, o dobro da meta inicial, atua com empresas maiores, ou seja, seus clientes costumam ser grandes empresas, não escritórios e residências.

Com filiais de apoio no Rio de Janeiro e em São Paulo, a empresa tem 61 franquias em operação em todas as regiões do País, que atendem a cerca de 1.150 clientes. A meta de expansão da empresa, de curto prazo, é de aumentar em 20% o número de suas franquias, até o final de 2012.

Conforme informações da empresa, o presidente mundial da rede, Jerry Crawford, presidiu uma premiação no meio deste ano para reiterar a importância da operação brasileira para a matriz - a única filial da Jani-King fora dos Estados Unidos. Nos demais países ela é representada por máster franqueadores. Hoje, a companhia é a maior de franquias de limpeza comercial do mundo, com cerca de 13 mil franqueados e apoio de mais de 100 escritórios em todo o mundo.



Veículo: DCI


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