A Ajinomoto, maior fabricante de condimentos do Japão, anunciou a compra da fabricante americana de alimentos congelados Windsor Quality Holding s por US$ 800 milhões, em sua maior aquisição internacional
O negócio é o mais recente de uma série de aquisições de companhias japonesas de alimentos e bebidas no mercado internacional, interessadas em ampliar seu alcance por causa da estagnação do mercado doméstico.
Com a compra da Windsor, uma empresa de capital fechado mais conhecida por suas marcas étnicas como Ling Ling, José Olé e Bernardi, a Ajinomoto espera aumentar em sete vezes suas receitas no mercado de alimentos congelados dos EUA, para US$ 940 milhões até 2020. Os produtos da Windsor, baseada no Texas, são encontrados em 80 mil estabelecimentos comerciais e 120 mil restaurantes da América do Norte.
Masatoshi Ito, CEO da Ajinomoto, disse que a companhia quer aproveitar os EUA e sua demanda crescente por alimentos asiáticos e étnicos. As operações com alimentos congelados respondem por cerca de 11% das receitas totais da empresa. O plano é aumentar essa fatia em dois anos.
Os investidores reagiram positivamente ao negócio ontem, levando a ação da Ajinomoto a uma alta de 1,4% na bolsa de Tóquio. Ito disse que o preço de US$ 800 milhões é equivalente a dez vezes os lucros esperados antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para 2015. O negócio será financiado por empréstimos bancários mais recursos próprios.
A Windsor, fundada em 2004, informou uma receita de US$ 670 milhões no ano passado, uma queda de 2,5% em relação ao ano anterior. O número exclui as operações da Windsor com salsichas, que a Ajinomoto não pretende comprar.
Excluindo a compra da Windsor, a Ajinomoto já gastou quase US$ 800 milhões em negócios fora do Japão ao longo da última década, segundo a Dealogic, incluindo a aquisição em 2006, por US$ 238 milhões, da Amoy Food Group de Hong Kong, que pertencia à Danone da França.
Este ano, a Ajinomoto perdeu uma disputa pela Wild Flavors - uma empresa de condimentos e aromatizantes para alimentos e bebidas apoiada pelo grupo de private equity Kohlberg Kravis Roberts - para a Archer Daniels Midland, uma processadora de milho dos EUA. "Continuaremos em busca de negócios necessários para nosso crescimento global e liderança em pesquisa e desenvolvimento", disse Ito ontem. A Ajinomoto disse anteriormente que pretendia investir cerca de US$ 3 bilhões em aquisições.
Outras companhias japonesas do setor também vêm tentando crescer no mercado internacional. Em maio, a empresa de alimentos Mikzan comprou as marcas norte-americanas de molhos para massas Ragu e Bertolli, da Unilever, por US$ 2,15 bilhões. Em 2012 ela já havia comprado a marca de conservas Branston, da Premier Foods, por 92,5 milhões de libras.
Outras aquisições internacionais incluem o takeover da Beam (um dos maiores nomes de uísque dos EUA) pela Suntory por US$ 16 bilhões, e a compra, também pela Suntory, das marcas de bebidas Lucozade e Ribena da GlaxoSmithKline por 1,35 bilhão de libras.
Veículo: Valor Econômico
