Sorvete tipo exportação

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Consumidores pagam caro pelo produto considerado premium, mais sofisticados e, sim, bem mais caros. Mesmo assim, pesquisa releva que 12% dos nordestinos têm esse hábito
   
"Além do crescimento da renda, o clima e a cultura dos pernambucanos também estimulam o consumo", diz Cláudio Meireles.Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Você pagaria R$ 9,50 por uma simples bola de sorvete? Independente de qual for a resposta, o fato é que os nordestinos estão cada vez mais consumindo os chamados sorvetes premium, linha formada por produtos mais sofisticados e com um preço maior. Segundo uma pesquisa realizada pela Mintel, 12% dos habitantes da região já têm esse hábito. E as perspectivas para o mercado por aqui são promissoras.

Para se ter uma idéia, no Centro-oeste apenas 9% das pessoas consomem esse tipo de produto. No Sul e Sudeste, o índice é de 5%. De acordo com a analista do setor de alimentação da Mintel, Naira Sato, o crescimento econômico que a região vem alcançando nos últimos anos está mudando o padrão de consumo das pessoas. "O aumento da renda e a ascensão social estão fazendo com que as pessoas tenham mais recursos para investir em produtos que antes não eram acessíveis a maioria da população", constata. Apesar disso, o grupo que mais consome sorvetes premium pertencem à classe AB.

Crescimento econômico da região está mudando o padrão de consumo, diz Naira Sato   
Crescimento econômico da região está mudando o padrão de consumo, diz Naira Sato
"O futuro para a região é bastante promissor, e nós acreditamos que pessoas das classes mais baixas também passem a consumir os produtos", aposta. E não é para menos, já que 70% dos consumidores da região dizem estar preparados para consumir os sorvetes sofisticados, apesar de não terem o hábito atualmente. "Esse tipo de produto tem grandes oportunidades de se fixar na região. A maioria das pessoas ainda consome pouco sorvete, então é preciso que as empresas estejam atentas a esse nicho de mercado", analisa Naira.

Com seis lojas na Região Metropolitana, a ItalianFreddo é um dos estabelecimentos especializados em sorvetes premium. O aumento da demanda tem sido percebido em algumas unidades da rede, apesar de não haver estimativas. "Além do crescimento da renda, acredito que o clima e a cultura dos pernambucanos também estão estimulando o consumo", opina o proprietário da rede, Cláudio Meireles. Para ele, é preciso que as pessoas deixem de ver o sorvete apenas como sobremesa, e passem a incluir o produto no cardápio semanal.

Um sorvete pequeno, de 130g, sai por R$ 8 nas lojas da rede. "Nossos produtos são feitos com ingredientes importados e de alta qualidade", justifica Cláudio. Apesar do preço, os produtos atingem todas as classes. "Vejo pessoas de todos os níveis sociais consumindo os sorvetes. Já se foi a época em que eles eram exclusividades dos mais ricos", afirma.

"Hoje, as pessoas querem consumir um produto de qualidade, independente do preço", concorda o diretor geral da Fri-Sabor, Carlos Dominguez. De acordo com ele, o que diferencia um sorvete comum de um sofisticado é a qualidade dos ingredientes utilizados na fabricação. "Os mais luxuosos utilizam insumos menos industrializados. Alguns são feitos com frutas, e não polpa", explica.

Segundo ele, a sazonalidade desse tipo de sorvete é menos acentuada, o que garante vendas estáveis o ano inteiro. A empresa possui quatro linhas premium, que custam a partir de R$ 5,50 (100ml). "Nos próximos meses, vamos ampliar os sabores dessas linhas para conquistar mais clientes", revela Carlos.

Há dois anos, a empresa Zeca’s resolveu apostar em sorvetes sofisticados. A linha, chamada Zeca’s Class, cresceu 53% em número de vendas entre 2011 e 2012. "É um produto ainda recente, e a expectativa é que o índice se mantenha neste ano", comemora o empresário Paulo Roberto, responsável pela marca. Apesar de todo esse crescimento, a fábrica da empresa possui uma capacidade ociosa de produção. Hoje, a linha premium da Zeca’s tem preços a partir de R$ 12,50 (pote de 1 litro). Procurada pela reportagem, a Kibon não se posicionou até o fechamento da matéria.



Veículo: Diário de Pernambuco


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