Vendas de sorvetes caem até 70% no inverno

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Tradicionalmente, no inverno o movimento das sorveterias cai consideravelmente em relação ao verão, quando as vendas chegam a ter queda de até 70%. Apesar disso, as sorveterias têm se desdobrado para evitar grandes perdas nas vendas e desmistificar a relação do consumo de produtos gelados no clima frio com um resfriado ou alguma doença associada. Para driblar esse impasse, sorveterias de Belo Horizonte e do interior do Estado diversificam formas de consumir o produto no período de queda nas temperaturas.

Proprietário da Sorveteria São Domingos - uma das mais tradicionais da Capital, localizada na região da Savassi -, Domingos Dias Montenegro afirma que, apesar da queda nas vendas serem em torno de 60% com relação aos outros meses do ano, seu estabelecimento não adota nenhuma estratégia específica para o período. "A única coisa que fazemos é valorizar ainda mais os sabores dos sorvetes, incrementando-os com castanha e chocolate", exemplifica.

Montenegro acredita que, apesar do período de crise nas economias mundial e nacional, seu estabelecimento terá um aumento de cerca de 30% no próximo verão com relação ao verão passado. "O fenômeno ‘El Ni¤o’ promete deixar as temperaturas cada vez mais quentes no país, o que faz aumentar o consumo de sorvetes", explica. Para o proprietário, teremos um verão mais estendido que o esperado. "E o consumo de sorvete está intimamente ligado ao verão", acrescenta.

Com lojas espalhadas por toda a cidade, a marca mineira Salada foi uma das pioneiras em adotar estratégias mais categóricas para manter as vendas quando a temperatura cai. "Quando começamos o negócio de família, há 25 anos, muitas sorveterias fechavam suas portas no inverno e, desde o começo, nossa empresa buscou outras possibilidades para manter as vendas", relata a diretora executiva da Salada, Raquel Bravo.


Ingredientes quentes - Foi assim que, em 2003, a sorveteria iniciou uma campanha de mudança radical no cardápio de sorvetes na temporada de inverno. "Começamos a oferecer produtos com características gourmet", revela. No inverno, a Salada adota pratos com ingredientes quentes agregados ao sorvete e tem um cardápio específico para essa época. "Dessa forma, temos registrado crescimento a cada ano, independentemente das quedas na temperatura", frisa Raquel Bravo.

Com isso, neste ano, a empresa, ao contrário de outras empresas do setor, tem um aumento nas vendas estimado em 20% comparado ao mesmo período no ano passado. Como Montenegro, Raquel Bravo aposta em temperaturas elevadas no próximo verão e a estimativa de crescimento nas vendas da empresa para o período é de 25% frente ao último verão. "Temos os fenômenos ‘El Ni¤o’ e ‘La Ni¤a’ que fazem o clima ficar muito quente", arrisca.

Diretor da sorveteria Sol & Neve, com sede em Leopoldina, na Zona da Mata mineira, Fernando Brandão assegura que, no inverno, as vendas no estabelecimento são de 60% a 70% menores. "Isto hoje, em que adotamos medidas para diminuir esta queda nas vendas. Antes dessas medidas, porém, a retração chegou a ser de 80% no inverno, com relação às outras estações do ano", comenta.

Brandão relata que as providências tomadas por seu estabelecimento, são também de aliar pratos quentes ao sorvete. "Neste período, deixamos de vender produtos refrescantes, como sorvetes de abacaxi, limão e uva, e investimos mais em sorvetes calóricos com caldas quentes, chocolates e sorvetes à base de doce de leite", esclarece. Brandão acredita que, nos dias atuais, as pessoas não se deixam mais iludir pela hipótese, sem base científica, de que tomar sorvete no frio pode causar doenças. "Hoje em dia, essa teoria já não é levada em conta por muitas pessoas, pois o sorvete deixou de ser apenas uma sobremesa para se tornar um alimento", analisa.

Brandão também confia em um verão bom nas vendas de sorvete. "Esperamos um incremento de 30% com relação ao mesmo período em 2011", prevê. Brandão declara que para a Sol e Neve, a temporada de aquecimento nos negócios começa em setembro. " bem sintomático este período e existe uma grande expectativa porque dia 23 de setembro é considerado o ‘dia nacional do sorvete’ e marca a chegada da primavera. Esses dois fatores aliados ajudam a entusiasmar o segmento", arremata.



Veículo: Diário do Comércio - MG






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