Setor de lácteos tem grande potencial de crescimento

Leia em 3min 10s

O mercado de lácteos no Brasil cresceu muito nos últimos anos. No período de 2009 a 2013, o faturamento do setor, segundo dados do Euromonitor, aumentou 61%, passando de R$ 38,6 bilhões para R$ 62 bilhões. A explicação para esse excelente desempenho é o aumento do consumo de leite e derivados pela classe C. A melhor distribuição de renda ampliou o número de pessoas nesse segmento e elevou o poder de compra da população. Hoje, o brasileiro consome anualmente 171 kg de lácteos, segundo dados do Milkpoint, que ainda apontam um consumo de 216 kg na Argentina, 219 kg na França e 257 kg nos Estados Unidos. Isso demonstra que há potencial para ampliar o mercado brasileiro e o consumo nos próximos anos.

Grande parte do crescimento do setor é atribuída ao segmento de queijos, que representa 27% da indústria de lácteos. No período de 2009 a 2013, as vendas de queijo registraram uma elevação de 71%. Elas subiram de R$ 9,7 bilhões para R$ 16,6 bilhões. Segundo estudo do Euromonitor, a população brasileira, com mais acesso a produtos de maior valor agregado e mais conhecimento sobre os benefícios do queijo como fonte de proteínas, elevou os gastos com o produto. Além disso, é crescente o número de marcas fortes que entram nesse segmento para conquistar uma fatia do negócio que antes pertencia aos queijeiros regionais.

A muçarela e o queijo prato representam 60% das vendas de queijos no Brasil. Sua popularidade é maior entre os consumidores de baixa renda. O requeijão também é muito consumido pela população. Já as famílias de renda maior têm grande preferência pelos queijos provolone, parmesão e brie. As variedades com baixa quantidade de gorduras, caso da ricota e do minas frescal, são outra linha que agrada cada vez mais aos consumidores, por causa do aumento do número de adeptos de um estilo de vida mais saudável.

As perspectivas para o mercado de queijos são muito promissoras. Segundo o Euromonitor, em 2018, as vendas desse segmento devem atingir R$ 21,6 bilhões, um crescimento de 30% em relação a 2013. Os brasileiros devem incorporar o queijo no consumo diário e privilegiá-lo por ser um alimento saudável.  bom lembrar também que os laticínios tendem a ganhar em produtividade e eficiência, o que contribui para aumentar a produção de lácteos.

Além do queijo, outro mercado que apresenta boas oportunidades de negócios é o de soro de leite. Por ter alto valor proteico, o soro é um ingrediente muito utilizado na indústria de alimentos e bebidas, além de importante matéria-prima nas padarias e confeitarias e até mesmo nos próprios laticínios.

Outros segmentos que demandam soro são o de suplementos alimentares e o de nutrição esportiva. Este último tem apresentado um excelente desempenho, com crescimento de 124% nas vendas no período de 2009 a 2013, passando de R$ 206 milhões para R$ 461 milhões. Cerca de 90% das vendas de produtos relacionados à nutrição esportiva têm como base a proteína em pó. Mais uma vez, a busca por um estilo de vida mais saudável é o principal fator que impulsiona esse setor. Até 2018, ele deverá crescer 73%, atingindo faturamento de aproximadamente R$ 800 milhões.

Nos próximos anos, é provável que o setor de lácteos se beneficie de um cenário otimista. Os segmentos de queijos e de soro de leite são apenas exemplos disso. Mudanças de estratégias, desafios operacionais e fusões e aquisições tendem a ocorrer. Para aproveitar essas oportunidades, as empresas devem estar preparadas, adotando as melhores práticas de gestão do mercado.

Alinhamento estratégico, gestão de riscos em toda a cadeia, gestão de custos, tecnologia, governança corporativa, planejamento tributário e sustentabilidade são alguns dos temas que precisam estar no radar das empresas que pretendem crescer e se beneficiar dos investimentos que o setor deverá atrair.



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Produção da fábrica de brinquedos Estrela em Minas registra alta de 30%

As expectativas positivas para este Natal, proporcionadas pela valorização do dólar frente ao real,...

Veja mais
Laticínios| Novamix arremata por R$ 9 milhões planta da Nilza em Campo Belo

O juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), Héber Mendes Batista, atendeu o pedido para o ...

Veja mais
Banana de Delfinópolis ganhará registro de indicação geográfica

A recém-criada Associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis e Região (Adelba),...

Veja mais
Remédio similar pode gerar economia de até 50% ao consumidor

Os farmacêuticos vão poder oferecer os medicamentos similares como uma opção aos de refer&eci...

Veja mais
Produção terá que crescer 40% até 2020

Com o aumento da população, esta é a fatia que caberá ao país para atender à d...

Veja mais
Rapper norte-americano Snoop Dogg representará cachaça mineira nos EUA

Depois de a cachaça ter conquistado o título de produto tipicamente brasileiro pelo governo dos Estados Un...

Veja mais
Embaré adia aportes em nova unidade

Fabricante de alimentos com planta em Lagoa da Prata atribui decisão às incertezas do atual cenário...

Veja mais
Estoques altos devem dificultar vendas no varejo de moda

Os altos níveis de estoques podem atrapalhar as empresas de varejo de moda nos últimos e mais importantes ...

Veja mais
Confiança do consumidor recua em novembro, diz FGV

A confiança do consumidor caiu 6,1% em novembro, após recuar 1,5% em outubro e avançar 0,7% em sete...

Veja mais