Dinheiro em caixa, a prioridade da LBR

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Por Alda do Amaral Rocha | De São Paulo


As empresas interessadas em adquirir ativos da LBR - Lácteos Brasil apresentaram ontem suas propostas finais no quarto dia da assembleia de credores da companhia que está em recuperação judicial. A LBR vai escolher as melhores e apresentar aos credores para votação. A tendência é que aquelas que signifiquem dinheiro em caixa mais rapidamente sejam priorizadas, conforme apurou o Valor.

A francesa Lactalis manteve o valor de sua oferta em R$ 250 milhões pagos à vista, mas reduziu o número de unidades produtivas isoladas (UPIs) a serem adquiridas. Na proposta que apresentou na segunda-feira, estavam incluídas as UPIs Líder, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Boa Nata e Poços de Caldas (Requeijão). A nova oferta exclui a Líder.

Já a venezuelana Unaquita fez novas ofertas. Também na sessão de segunda-feira, havia feito duas propostas separadas - a primeira por São Gabriel, Líder, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Ibituruna e Poços de Caldas, por R$ 535 milhões. A segunda proposta era por São Gabriel, Líder, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Ibituruna e Boa Nata, por um valor de R$ 395 milhoes.

Ontem, fez quatro propostas diferentes. A primeira por São Gabriel, Lider, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Ibituruna, Poços de Caldas e Bom Gosto, no valor de R$ 535 milhões, com inicial de R$ 35 milhões, mais 120 parcelas de R$ 2,5 milhões e pagamento separado de R$ 200 milhões, corrigido pelo IPCA no 123º mês.

A segunda proposta foi por São Gabriel, Líder, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Ibituruna, Poços de Caldas, Bom Gosto e Boa Nata, pelo valor de R$ 395 milhoes, com parcela inicial de R$ 75 milhoes, mais 120 de R$ 2 milhões e pagamento em separado de R$ 80 milhões 123 meses após fechamento, corrigidos pelo IPCA.

A terceira proposta da Unaquita é pelas mesmas UPIs, por um valor de R$ 413 milhoes, sendo uma inicial de R$ 75 milhoes, mais 94 parcelas de R$ 2 milhões, e pagamento separado de R$ 150 milhoes em seis parcelas semestrais e consecutivas - a primeira delas em março de 2021. A última proposta, que exclui São Gabriel e Poços de Caldas, é no valor de R$ 225 milhões, sendo uma inicial de R$ 75 milhões, e 100 parcelas mensais de R$ 1,5 milhão, ajustadas pelo CDI. Essa última proposta prevê a possibilidade de pagamento direto aos credores da LBR.

Depois de fazer uma oferta única por um grupo de ativos da LBR e três propostas individuais, a ARC Medical Logística, que tem sede em Itu (SP), desistiu de algumas delas e entregou o envelope com duas propostas finais. Uma pelas UPIs Garanhuns, Líder e Tapejara, no valor de R$ 203 milhoes, sendo R$ 45 milhões abatidos do valor (referente arrendamento de ativos da LBR para a ARC, pago antecipadamente), e o restante em 60 parcelas corrigidas pelo IGPM. A outra proposta, de R$ 69,3 milhões, foi por uma única UPI, a Líder. A ARC propõe assunção de R$ 18 milhões de alienação fiduciária da unidade e o restante em 40 parcelas mensais.

A Colorado Imóveis e Participações, com sede em Jundiaí, havia proposto R$ 130 milhões pelas UPIs São Luiz dos Belos Montes, Leitbom, Cedrense, São Gabriel e Poços de Caldas, mais a unidade de Uruaçu (Goiás), que não está na lista dos ativos colocados à venda dentro do processo de recuperação judicial da LBR. Ontem, fez duas propostas em separado por ativos e reduziu o número de unidades. A primeira oferta foi pela UPIs São Gabriel, Montes belos, Cedrense, e Bom Gosto, por R$ 40,177 milhoes, sendo R$ 10 milhoes à vista (o valor inclui pagamento de R$ 2,5 milhões em dívidas da LBR com a TetraPak). O saldo seria pago em três parcelas anuais, começando em outubro de 2016. As duas primeiras seriam de R$ 13 milhões e a de outubro de 2018, no valor de R$ 15,757 milhões, todas corrigidas pelo CDI. A segunda proposta foi pela UPI Leitbom, no valor de R$ 20 milhões, em três parcelas anuais, sendo duas de R$ 5 milhões a partir de 1 de outubro de 2016 e a terceira de R$ 10 milhões, com correção pelo IPCA.

Controlada por Vigor e pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), a mineira Itambé apresentou quatro possíveis ofertas pela unidade de Tapejara. Na quarta-feira, havia feito apenas uma, de R$ 70 milhões. Ontem, apresentou uma oferta de R$ 71,680 milhões, sendo R$ 7 milhoes à vista, e o restante em 84 parcelas de R$ 770 mil, corrigidas pelo IGPM. A segunda proposta, de R$ 76 milhões, prevê pagamento de R$ 16 milhoes à vista, e 60 parcelas mensais de R$ 1 milhão. Já a terceira é de R$ 84,680 milhões, sendo R$ 20 milhoes à vista e o restante em 84 de parcelas mensais com correção pelo IPCA. A última proposta pela unidade é de R$ 90 milhões, sendo R$ 15 milhões à vista, e R$ 70 milhões em pagamento de divida da LBR com Tetrapak, mais cinco parcelas mensais de R$ 1 milhão.

Outras nove empresas apresentaram suas propostas pelos ativos da LBR colocados à venda dentro da recuperação judicial: Vigor, Laticínio Bela Vista, Jussara, Cooperativa Vale do Rio Doce, Laticínios Montes Belos, Tangará, Agricoop e Tirol.

Depois das entregas das propostas finais, a assembleia de credores foi suspensa e será retomada no próximo dia 12. O presidente estatutário da LBR e sócio da consultoria de reestruturação Ivix, Nelson Bastos, disse aos credores e proponentes ter ficado "satisfeito com a qualidade das propostas e com os valores ofertados".



Veículo: Valor Econômico


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