Derivados de leite de ovelha vê mercado crescente

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Pequeno laticínio de Itapecerica ampliará mix de produtos derivados do leite de ovelhas

Michele Valverde


A demanda crescente por produtos derivados de leite de ovelha tem impulsionado os negócios da agroindústria familiar Sabores da Ovelha, localizada em Itapecerica, no Centro-Oeste mineiro. Especializada na produção de iogurtes, a empresa está ampliando o mix. No final deste mês, será disponibilizado ao mercado o queijo cremoso de ovelha e, posteriormente, o doce de leite. Somente em 2014 é esperado um incremento de 20% na produção.

De acordo com a sócia da Sabores da Ovelha, Lara Diniz, o mercado para os produtos derivados do leite de ovelha é crescente e supera a produção. Os resultados positivos se devem à regulamentação da atividade, após a aprovação, no final de 2012, da Lei da Agroindústria Familiar, que permitiu o registro de empresas de pequeno porte e administradas por famílias.

Para regularizar e estruturar a agroindústria, a produtora investiu cerca de R$ 150 mil, financiados através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

"Começamos a desenvolver o projeto em 2009, mas, no período, ainda não era possível registrar a atividade. A partir da regulamentação, tivemos resultados muito favoráveis, já que o produto pôde ser negociado em supermercados e lojas gourmets. A aceitação por parte dos consumidores é muito positiva e, por isso, vamos ampliar o mix", planeja.

Segundo Lara, em princípio, a ideia era investir na produção de ovinos de corte, mas, por ser um negócio familiar, o volume de animais terminados era menor que o exigido regularmente pelos frigoríficos. Diante do entrave, a produtora resolveu investir em um rebanho de dupla aptidão, voltado à carne e também à produção de leite.

Para aproveitar a carne dos machos, abatidos no frigorífico municipal, Lara abriu um bistrô na unidade produtora, onde são servidos vários pratos. No local, também são servidas sobremesas com derivados do leite de ovelha, como o doce de leite e o queijo cremoso.

Obstáculo - Para a empresária, a maior dificuldade enfrentada pelo setor é a falta de informações e estudos técnicos voltados à ovinocultura. "Apesar do enorme potencial, a produção de ovinos em Minas ainda é muito pequena e encontramos muitas dificuldades para desenvolver a atividade, uma vez que os estudos sobre o setor são poucos. Buscamos muita orientação com produtores do Sul do país, que são referência, mas ainda são necessários investimentos em pesquisas regionais. Contamos também com a orientação da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais)", disse.

A estrutura da unidade produtora e do minilaticínio da Sabores da Ovelha tem capacidade de processar 100 litros de leite por dia. O plantel é composto por 70 ovelhas, 2 machos e 15 filhotes. A intenção é aumentar o número de animais.

A produção diária gira em torno de 25 litros de leite, o que rende 200 potes de iogurtes de 160 gramas de sabores variados. O produto é disponibilizado para supermercados próximos À unidade produtora e em algumas lojas de redes de supermercado em Belo Horizonte. A expectativa é encerrar o ano com a produção em 30 litros de leite diários, 20% a mais, o que permitirá a produção de queijo cremoso para comercialização e aumento da produção de iogurtes.

A produção de iogurtes é lucrativa. O custo de um pote de 160 gramas fica entre R$ 1,80 e R$ 1,90, dependendo da fruta que compõe a geleia usada no produto. O preço de venda para supermercados é de cerca de R$ 3. Para o consumidor final, o valor fica em torno de R$ 5.

"Vamos lançar, no final deste mês, o queijo cremoso de leite de ovelha e acreditamos que o retorno será muito positivo, já que a ideia de produzir comercialmente surgiu com a demanda dos consumidores que conhecem nosso bistrô. Até o final do ano, também vamos disponibilizar o doce de leite".


Veículo: Diário do Comércio - MG


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