Venda de ativos da LBR perto de definição

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A LBR Lácteos Brasil, que está em recuperação judicial desde 2013, recebeu ontem propostas de 16 empresas interessadas em adquirir os ativos que colocou à venda, segundo apurou o Valor



Entre as empresas que fizeram propostas está a francesa Lactalis, além de Vigor, Itambé, Italac, Laticínios Bela Vista, Laticínios Montes Belos, Laticínios Deale, Lactojara, Tangará, Unaquita, Marcelinense, Value Bridge, Agricoop, ARC Logística, Colorado (CBA) e Cooperativa Vale do Rio Doce.

Conforme apurou a reportagem, algumas dessas companhias fizeram uma proposta para a aquisição de diferentes unidades produtivas isoladas (UPIs) da LBR e outras apresentaram diferentes propostas para a compra de diferentes UPIs. O teor das ofertas ainda não é conhecido.

A alienação judicial de 14 unidades produtivas da LBR já estava prevista no plano de recuperação judicial da empresa de lácteos. Com as vendas desses ativos, a LBR busca ser viável operacionalmente e obter recursos para pagar seus credores, com os quais tem dívidas estimadas em R$ 1 bilhão dentro da recuperação judicial.

Em junho passado, a LBR publicou edital colocando à venda as 14 UPIs. Ontem, os interessados entregaram as propostas fechadas ao juiz que cuida da recuperação judicial da LBR. No dia 28 de julho, haverá assembleia geral de credores para que essas ofertas sejam avaliadas. Além de serem aprovadas pelos credores, as propostas também precisam ter a anuência dos acionistas da empresa.

As unidades de produção isoladas (UPIs) colocadas à venda pela LBR são: São Gabriel, Garanhuns, São Luís dos Montes Belos, Leitbom, Líder, Tapejara, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Ibituruna, Cedrense, Boa Nata, Poços de Caldas, Bom Gosto e Gaurama. Uma UPI não significa apenas uma unidade de produção. A UPI de Barra Mansa, por exemplo, envolve a unidade de produção e a marca DaMatta. Já a UPI Poços de Caldas envolve equipamentos e as marcas Poços de Caldas (de requeijão) e Paulista.

A LBR informou, na época da publicação do edital, que no caso de aprovação das propostas "serão transferidos para o comprador os estabelecimentos negociados, juntamente com seus funcionários e fornecedores, livres de quaisquer passivos cíveis, fiscais e trabalhistas". Na ocasião, a empresa disse que o objetivo da venda dos ativos "é adequar a estrutura de capital da LBR ao tamanho de suas operações, preservando empregos e a relação com os produtores de leite".

Além da venda das UPIs, a LBR tenta fazer também uma operação de aumento de capital por meio da entrada de um ou mais investidores na empresa.

Uma das empresas que apresentaram proposta ontem, a Lactalis já havia mostrado interesse pela LBR no ano passado, quando chegou a negociar a compra do controle da companhia, antes da aprovação do plano de recuperação judicial da empresa brasileira. Mas a situação financeira da LBR inviabilizou o negócio. No primeiro semestre deste ano, as duas empresas voltaram a negociar - desta vez, o interesse da Lactalis era na área de queijos da LBR, mas as conversas não avançaram.

Controladora da Parmalat na Itália, a Lactalis tem interesse em ativos da LBR porque a empresa brasileira tem a licença de uso da marca Parmalat no Brasil até 2017. A Lactalis entrou no país no ano passado com a compra da Balkis, que produz queijos finos, mas quer avançar mais no mercado brasileiro.

A LBR é resultado da união entre a Leitbom, controlada pela Monticiano Participações (GP Investimentos e Laep), e a Laticínios Bom Gosto. A empresa entrou em dificuldades no fim de 2011, após um crescimento acelerado. O maior acionista da LBR é a Monticiano (com fatia de 40,55%). A BNDESPar tem 30,28%, a Bom Gosto Participações, 26,3% da empresa, e os fundos CRP VII e CRP BG têm fatias de 2,38% e 0,49%, respectivamente.



Veículo: Valor Econômico


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