Lácteos revertem tendência de alta

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Valor do litro de leite pago aos pecuaristas teve queda de 2,03% em junho em comparação a maio

Michele Valverde


As temperaturas elevadas aliadas ao encarecimento dos produtos lácteos para o consumidor contribuíram para que o valor pago aos pecuaristas de leite pelo litro do produto, ao longo de junho frente a maio, ficasse 2,03% inferior em Minas Gerais, valor líqüido. A queda já era esperada pelo setor, que vinha observando alta desde o início do ano, o que interferiu na demanda pelos consumidores.

No Estado, o litro do leite foi negociado em média a R$ 1,02, valor líqüido, e R$ 1,10, valor bruto, que ficou 1,66%. Para julho, a expectativa é de estabilidade nos valores.

De acordo com os dados do Boletim do Leite, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o cenário baixista registrado no país, e em Minas Gerais, já era esperado pelo setor e é reflexo do desaquecimento do mercado de derivados em maio e da produção praticamente estável em junho. Além disso, o menor crescimento da economia e os altos preços dos derivados influenciaram na redução do consumo de produtos lácteos.

Na média do país, o recuo nos preços foi de 0,73%, com o litro negociado a R$ 1,01. Minas Gerais e Goiás registraram quedas mais significativas de 2,03% e 3,53%, respectivamente, nos preços líqüidos médios pagos ao produtor. Os demais estados (Bahia, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul), por outro lado, tiveram elevações, puxados principalmente pela menor oferta no campo.

Captação - Considerando a média do país, o Índice de Captação do Leite (Icap-l) ficou praticamente estável em maio, com ligeira queda de 0,05%. Em Minas Gerais, a captação ficou apenas 0,17% inferior. De acordo com técnicos do Cepea, para julho é esperada nova queda na captação, já que as pastagens estão bastante prejudicadas e a produção de silagem, que é utilizada na alimentação dos animais, também foi significativamente afetada.

Em Minas, a queda nos preços recebidos pelos produtores foi observada em todas as regiões produtoras. De acordo com o levantamento do Cepea, a maior retração ocorreu nas regiões Sul e Sudoeste, onde o litro de leite foi negociado, na média líquida, a R$ 0,909, o que representou uma retração de 5,94%. O valor bruto, R$ 0,981, ficou 4,87% menor.

Queda significativa também foi observada nos preços da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O litro de leite foi negociado a R$ 1,122, valor bruto, e R$ 1,01, preço líqüido, retração de 4,89% e 4,5% respectivamente. No Triângulo e Alto Paranaíba a queda foi de 2,78% no valor bruto, com o litro de leite avaliado em R$ 1,192 e de 2,98% no preço líqüido com o produto vendido a R$ 1,106.

Na Zona da Mata o preço líqüido foi de R$ 0,903 por litro, variação negativa de 1,13%. O valor bruto ficou 1,18% menor em junho atingindo R$ 0,975 por litro. Já no Vale do Rio Doce o pecuarista recebeu pelo litro de leite R$ 1,11, queda de 2,46% no valor líqüido.

A expectativa para julho em relação aos preços é de estabilidade. Entre representantes de cooperativas e laticínios consultados pelo Cepa, 58,3%, que representam 56,3% do leite amostrado, acreditam que os preços ficarão no mesmo patamar e 25% (que representam 35,9% do volume captado) indicam que haverá nova queda. Os demais, 16,7% (7,8% do volume), esperam alta dos preços.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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