Com oferta restrita, preços do leite têm tendência de alta

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Estiagem comprometeu pastagens das regiões produtoras

A queda na captação de leite em Minas Gerais e nos estados que compõem a média Brasil, 3,82% e 2,75%, respectivamente, fez com que os preços pagos pelo litro do produto em março, referente a entrega em fevereiro, apresentassem incremento médio de 4,81% no Estado. Com a alta, o litro de leite foi negociado a R$ 1,057, média bruta.

A estiagem atípica, que comprometeu as pastagens ao longo dos primeiros meses do ano, é a principal justificativa para a redução da captação e para aumento dos preços. Para o próximo mês é esperado novos reajustes.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), responsável pela elaboração do Boletim do Leite, na média Brasil, o preço recebido pelo produtor em março subiu 3,22% frente ao mês anterior, fechando a R$ 0,941 por litro (valor líqüido). De acordo com os pesquisadores, esse é o primeiro aumento após quatro meses de quedas consecutivas.

O preço bruto médio (inclui frete e impostos) pago ao produtor fechou março em R$ 1,020, alta de 3,02% frente ao mês anterior. Considerando-se a série histórica do Cepea, o preço médio bruto de março é 5,94% superior ao de igual mês de 2013. O valor também ficou 21,08% acima da média dos últimos 10 anos para o mês. A média Brasil é composta pelos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Paraná e Santa Catarina.

Já o Índice de Captação do Leite (Icap-l) caiu significativos 2,75% em fevereiro, frente a janeiro. Mesmo assim, o volume produzido foi 13,7% superior ao registrado no mesmo período de 2013.

De janeiro para fevereiro, as maiores quedas no volume captado foram registradas nos estados de São Paulo (de 5,81%), Goiás (4,07%), Santa Catarina (3,9%), Minas Gerais (3,82%), Rio Grande do Sul (2,23%), Paraná (1,02%) e Bahia (0,43%).


Pressão - Com a redução da oferta do produto, os preços foram pressionados para cima em todas as regiões produtoras de Minas Gerais. Os dados do Cepea mostram que o maior incremento foi registrado nas regiões Sul e Sudoeste, onde o litro foi negociado em média a R$ 0,924, incremento de 7% no valor líqüido. O preço bruto, R$ 0,992, encerrou o mês com alta de 6,98%. O maior valor recebido pelos pecuaristas foi de R$ 1,102 e o menor R$ 0,761.

Alta significativa também foi verificada no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. De acordo com o Cepea, o litro de leite foi negociado em torno de R$ 1,034, preço líqüido, valorização de 5,94%. No Vale do Rio Doce o pecuarista recebeu pelo litro de leite cerca de R$ 1,05, valor que ficou 3,5% superior ao registrado em fevereiro. O preço bruto, R$ 1,15, encerrou o mês com alta de 3,01%.

Na Zona da Mata os preços do leite valorizaram 2,08%, com o litro vendido a R$ 0,85. O incremento no valor bruto, 2,72%, fez com que o litro fosse comercializado a R$ 0,919. Já o litro de leite negociado na Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentou a alta mais modesta do Estado, 0,22%, avaliado a R$ 0,994. O preço bruto R$ 1,09, ficou 0,59% maior.

De acordo com o levantamento, para abril, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita de matéria-prima. Entre os laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea, 82,1% dos entrevistados - que representam 95,2% do leite amostrado - acreditam em nova elevação dos preços para o próximo mês. Outros 16,3% dos agentes (que representam 3,6% do volume de leite amostrado) têm expectativas de estabilidade nos preços. Apenas 1,6% dos agentes espera queda para abril.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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