Brasil pode ampliar comércio agrícola com Reino Unido

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Comércio de carne, por sua vez, ainda enfrentaria algumas barreiras para avançar na Europa

 
SÃO PAULO - Após o Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, especialistas de diversas áreas tentam desenhar um cenário da relação bilateral com o Brasil. Para Marcio Fortes, economista e diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o comércio agrícola brasileiro pode ganhar espaço no bloco europeu.
 
"Para negociação comercial direta com o Reino Unido, há que se considerar, em uma visão superficial que, como a agricultura não ocupa posição de destaque naquela economia, agora, haveria maiores chances para os produtos agrícolas brasileiros ampliarem sua participação naquele mercado, já sem subsídios tradicionais da Política Agrícola Comum (PAC)”, avaliou o especialista em entrevista à SNA.
 
Entretanto, segundo o especialista, não são todos os elos da cadeia produtiva brasileira que devem ganhar espaço com a separação do bloco. “as tradicionais barreiras à importação da Irlanda contra a carne brasileira se farão sentir, de forma mais acentuada”. “Ademais, o livre acesso ao mercado europeu, por conta das vantagens de ser membro do bloco, desapareceriam, afetando diretamente a JBS – empresa brasileira do setor de proteínas animais –, que exporta para países da UE".
 
Apesar de o Brasil poder levar alguma vantagem com a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia, para Fortes, esta mudança “implicará, de forma geral, em um provável retrocesso do bloco europeu, no que se refere ao tema ‘abertura comercial’, uma vez que os britânicos eram os grandes incentivadores do tratado comercial transatlântico entre a UE e os Estados Unidos”.
 
Para o diretor da SNA, o comércio agrícola deve sim ganhar espaço no Reino Unido. Contudo, essa abertura talvez não aconteça em um curto prazo. "O bloco europeu não está olhando propriamente para fora, mas tentando entender sua nova configuração interna e, provavelmente, preocupando-se com uma fragmentação do bloco, com a possível saída de outros países. Assim, desenvolver tratados internacionais de comércio não é bem a prioridade para o momento”.
 
Veículo: Infomoney


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