"Selo" pode elevar competitividade da carne bovina no exterior

Leia em 3min

Selo Carne Carbono Neutro pode melhorar visibilidade do produto brasileiro em mercados mais exigentes
logo-datagro

 
SÃO PAULO - Carnes bovinas frescas, congeladas ou transformadas, que serão destinadas ao mercado interno ou externo, poderão ganhar um reforço de peso em um futuro bem próximo, após o lançamento da “Carne Carbono Neutro” (CCN). Já devidamente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a nova marca foi lançada na primeira semana de junho, durante o 2º Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (SIGEE), promovido pela Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS).
 
“O selo poderá melhorar a visibilidade da carne brasileira em mercados mais exigentes, como o europeu, com potencial de ampliar as exportações. Já no mercado interno, concorre para ampliar o setor de carnes diferenciadas, com apelo de qualidade associada aos benefícios ambientais, com mitigação dos Gases de Efeito Estufa (GEEs)”, salienta o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Roberto Giolo, em entrevista à equipe SNA/RJ.
 
O especialista é responsável pela elaboração da marca-conceito CCN, ao lado dos pesquisadores Fabiana Villa Alves e Valdemir Antônio Laura, da mesma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Juntos, eles elaboraram o documento “Carne Carbono Neutro: um novo conceito para carne sustentável produzida nos trópicos”.
 
Para a produção mais sustentável de carne bovina em território nacional, Giolo acredita que o selo CCN “poderá ser uma boa estratégia para demonstrar todo o esforço do Brasil, em suas ações voluntárias frente às mudanças climáticas; para produção e exportação de um produto diferenciado; e para valorizar a pecuária e a gestão ambiental do País”.
 
Público alvo
 
Ele reforça que o público-alvo desta “nova carne” será todo e qualquer mercado mais exigente, “não só pela qualidade do produto, mas pelo menor impacto ambiental do sistema produtivo, principalmente com relação às emissões de GEEs, como a Europa e Japão”.
 
Giolo acredita que o novo selo também será um facilitador para as metas nacionais previstas no Plano de Agricultura de Baixo Carbono, “na medida em que o selo está associado à carne produzida em sistemas pecuários que incluem o componente arbóreo plantado, como sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris”. “Estes sistemas, por sua vez, se enquadram como modelos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que consistem em uma das ações propostas pelo Plano ABC”.
 
Orientações
 
Para futuramente receber o selo CCN, aponta Giolo, será necessário que o sistema pecuário inclua o componente arbóreo plantado, como sistema silvipastoril ou agrossilvipastoril; e que o metano emitido pelos animais em pastejo seja mitigado pelo carbono fixado no tronco das árvores, cuja madeira deverá ser utilizada para serraria (plano de manejo ou de corte final das árvores para 10 a 15 anos).
Ainda serão necessários que os dados das emissões de metano, de sequestro de carbono pelas árvores e de parâmetros do microclima (para caracterizar a melhoria do conforto térmico animal) sejam devidamente atestados, conforme as indicações do documento CCN.
 
De acordo com a Embrapa Gado de Corte, a principal finalidade da marca-conceito “Carne Carbono Neutro” será atestar a produção de bovinos de corte em sistemas com a introdução obrigatória de árvores como diferencial, promovendo o bem-estar animal.
 
A partir do plantio e/ou da conservação das árvores na propriedade rural, explica Giolo, “o microclima da pastagem fica mais estável, de modo geral, ocorrendo uma diminuição na temperatura média, aumentando a umidade relativa do ar e diminuindo a velocidade do vento, com melhoria nos índices de conforto térmico para os animais”.
 
* Com informações da Sociedade Nacional de Agricultura


Veículo: Infomoney


Veja também

Abates de bovinos, aves e suínos registram queda no primeiro trimestre

Rio de Janeiro –Os três principais abates da pecuária brasileira registraram queda no primeiro trimes...

Veja mais
Abates de bovinos, suínos e frangos têm queda, diz IBGE

Os três principais abates da pecuária brasileira registraram queda no primeiro trimestre de 2016 em rela&cc...

Veja mais
Diagnóstico aponta caminhos para o setor

Potencial de Minas é grande, mas é preciso aumentar a capacitação Em Minas Gerais, o n&uacu...

Veja mais
País fatura mais de US$ 500 mi com exportação

As exportações de carne bovina apresentaram um crescimento, em maio, tanto em volume como em receita. Com ...

Veja mais
Lançada a Carne Carbono Neutro

A certificação atestará a produção de bovinos de corte em sistemas com árvores...

Veja mais
Produção avícola tem queda de 2% no País

No Paraná e em Santa Catarina, houve casos de animais mortos devido à falta de insumos   Preocupado...

Veja mais
Volume e qualidade do gado bovino brasileiro garantem exportações

O Brasil possui o maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, com 214 milhões de cabeças, tendo expor...

Veja mais
Custo de produção de frangos e suínos sobe em abril, diz Embrapa

Os custos de produção de suínos e frangos no Brasil tiveram nova alta em abril, após queda e...

Veja mais
Minas Gerais está livre da peste suína clássica

Minas Gerais foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre da pest...

Veja mais