Diagnóstico aponta caminhos para o setor

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Potencial de Minas é grande, mas é preciso aumentar a capacitação



Em Minas Gerais, o número de cabeças de gado é o segundo maior do País, com 21,8 milhões de animais ou 11% do rebanho nacional. O segmento de corte é o terceiro do setor agropecuário em relevância econômica, tendo acumulado R$ 7,3 bilhões em valor bruto de produção em 2015. Os números são bons, mas ainda podem ficar melhores, segundo observa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

Estudo realizado pelo Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), encomendado pela Comissão Técnica de Pecuária de Corte da Faemg, mostra que o potencial de Minas para a produção de carne bovina está longe de ser esgotado e poderia crescer exponencialmente.

A federação percebe que a crise fez o consumo interno de carne de boi recuar, mas observa que o mercado externo está em expansão. Apenas entre janeiro e abril deste ano, Minas já exportou US$ 132 milhões em carne bovina, que foi o quinto produto mais vendido pelo Estado.

Para alcançar o potencial de crescimento da atividade em Minas, o estudo mostra que os pecuaristas precisam dar mais atenção à gestão do negócio, ampliar o uso de assistência técnica e investir mais na recuperação de pastagens e no melhoramento genético do rebanho.

O trabalho realizado pelo Inaes é o primeiro a fornecer dados sobre a produção de bovinos de corte no Estado. Investigou os aspectos econômicos, sociais e ambientais de diferentes sistemas de produção adotados em propriedades nas quatro principais regiões produtoras.

O diagnóstico do setor de produção de gado bovino mostrou que 79,8% das pessoas em atividade são casados, 87,6% têm filhos e 70% deles acreditam que seus filhos assumirão os negócios. Dos produtores, 19,5% têm ensino fundamental completo, 28,1% ensino médio; 44,5% têm graduação  e 7,8%, pós-graduação. Mais da metade têm curso superior

Entre os herdeiros, 16,2% têm ensino fundamental, 22,8% têm ensino médio; 61% graduação; e 18,5% são formados em ciências agrárias. O tempo de atuação dos produtores de gado em Minas Gerais é de até 10 anos para 25,2% dos entrevistados; de um período entre 11 e 20 anos para 31,5% ; de 21 a 30 anos para 18,9%; e mais de 31 anos para 24,4%. Apenas 1 em cada 4 pecuaristas de corte ingressou na atividade nos últimos 10 anos.

Para 37,9% dos produtores, a principal dificuldade para se estabelecer na atividade é financeira. Para 36,3% é adequação técnica; para 15,3% é a mão de obra, enquanto para 10,5% é a inserção no mercado ou adequação ambiental.

Atualmente, a principal dificuldade da atividade é a mão de obra, na opinião de 34,7% dos entrevistados; técnica, para 29,3%, financeira, para 21,8% e o mercado, para 14,3% dos produtores do setor.


Crédito - Apenas 21,5% usam algum tipo de financiamento do governo e só 22% conhecem linhas de crédito subsidiadas como o programa ABC. Do total, 93% dos pecuaristas apostam que a intensificação da atividade é uma tendência que se manterá ou aumentará. Mas apenas 33% dos pecuaristas entrevistados contratam assistência técnica.
Entre os produtores, 67,7% estão otimistas quanto ao futuro da atividade; consideram a pecuária de corte como atividade ou mercado promissor, com perspectiva de crescimento de mercado, principalmente externo.

Quanto à pretensão de intensificação da atividade, 88% pretendem manter ou aumentar; 12% irão diminuir ou ainda não sabem Em relação ao acompanhamento da atividade, 2,4% fazem acompanhamento técnico; 13,4% fazem financeiro;12,6% fazem técnico e financeiro e  71,7% não fazem.

Da forma de controle, 19,4% fazem no caderno; 11,6% financeiro; 7,8% por meio de software; e a grande maioria, 61,2% não faz. Em resumo, o que o estudo apontou foi que a maioria dos pecuaristas não faz planejamento ou qualquer tipo de controle técnico e/ou financeiro da atividade. (Com informações da Faemg)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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