Valor da ração gera prejuízos para criadores de porcos e barateia carne

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Suinocultores de São Sebastião da Grama (SP) e região afirmam que o alto custo de produção tem causado prejuízos, principalmente devido ao elevado valor da ração. Por conta disso, muitos criadores têm tentado negociar o animal no mercado antes de completar o ciclo de engorda, o que aumenta a oferta. Em contrapartida, o consumidor está pagando menos pela carne de porco vendida nos supermercados.

Em uma granja da cidade, os gastos para criar os animais têm subido desde setembro do ano passado. Responsável por 64% do custo total, o milho usado na ração dos animais é o que mais pesa na despesa. Em 6 meses, o preço da saca de 60 kg passou de aproximadamente R$ 30 para mais de R$ 50.

"Há um ano, com um 1 kg de suíno nós comprávamos em torno de 9,5 kg de milho. Hoje, vendo 1kg de suíno e só consigo comprar 3,5 kg de milho. Então preciso de quase 3kg de suíno para voltar ao mesmo patamar que eu tinha um ano atrás", disse o produtor Ricardo Pereira de Mello.

Meio de economizar
Para gastar menos com a alimentação dos animais, os criadores acabam vendendo os porcos antes que eles atinjam o ponto ideal de abate, de cerca de 100 kg. Isso aumenta a oferta e os frigoríficos acabam pagando menos pela arroba.

"O suinocultor está descapitalizado e precisa fazer fluxo de caixa. Para isso, ele precisa diminuir o seu custo e isso significa que ele está entregando o animal mais leve", explicou Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da Associação Paulista de Criadores.

Consumidor comemora
Por causa disso, aumentou a oferta de carne suína no mercado e a tendência do preço é cair.

Em um açougue de São João da Boa Vista, a carne é comprada dos frigoríficos a um valor mais baixo há pelo menos três meses. "Acabaram as festas, a carne baixou e não voltou ao preço que estava", disse o açougueiro Matheus Braido.

A dona de casa Odete de Souza comemora. "O preço está mais acessível, dá para comprar sem sentir muito no bolso".

Dono de um restaurante, Marcus Prinoto contou que também paga mais barato pela carne de porco, que é o carro chefe do cardápio e uma das mais consumidas pelos clientes. O preço menor equilibra os custos composto por outros alimentos que tiveram alta. "Estamos diminuindo um pouco a carne bovina, que subiu demais, e hoje você não consegue repassar o preço ao consumidor", relatou.

 



Veículo: Portal G1


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