Já as exportações seguem intensas.
Com o brasileiro cada vez mais pobre, as vendas de carne de frango estão encolhendo. Dados do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP), o encalhe do produto é visível, diante da fraca demanda do mercado doméstico. “As vendas de carne de frango no país estão abaixo do esperado por atacadistas e varejistas”, disse, em nota, o Cepea. Já as exportações seguem intensas. Para o órgão, uma vez que as vendas aos brasileiros representam a maior parcela do mercado, e estão em ritmo abaixo do esperado, os preços da carne recuam no atacado. No varejo, porém, ainda não houve benefício para os consumidores.
No carrinho de compras, as mudanças são visíveis para a copeira Bernadete Simplício, 60 anos. Ela revelou que, para conseguir arcar com a conta do supermercado, teve que reduzir as quantidades dos alimentos e trocar as marcas. “Já chego no mercado preocupada, pensando no que conseguirei levar”, disse. Ela contou que, para enfrentar os tempos de crise, está sendo obrigada a ser criativa na hora de montar o prato, principalmente na mistura, pois, às vezes, nem o frango consegue incluir nas compras. “Quando não há carne, faço uma salada, uma omelete com linguiça, que é mais barata”, afirmou.
Drama
Economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito demostrou preocupação com a queda nas vendas de frango, pois comprova a forte deterioração da renda das famílias. “Isso mostra que estamos no meio do ajuste dos salários. O brasileiro já deixou de comprar carne bovina para comprar frango e, agora, não sei para onde vai”, afirmou. O desemprego em alta também restringe a demanda por alimentos. O quadro é dramático para as famílias.
Segundo o indicador Cepea/Esalq, o preço do frango congelado em São Paulo ficou em R$ 3,89 o quilo, na quinta-feira passada, sem variação em relação ao dia anterior, mas com queda acumulada de 4,42% no mês. O quilo do frango resfriado foi definido em R$ 3,91, com queda no mês de 4,17%.
Veículo: Jornal Correio Braziliense - DF