Custos afetam suinocultura mineira

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                                                      Receio é de que atividade seja reduzida, provocando alta dos preços ao consumidor.

A elevação dos custos de produção na suinocultura de Minas Gerais poderá comprometer o desenvolvimento da atividade. De acordo com os dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o custo de produção do quilo do suíno vivo está em torno de R$ 4,40, valor 29,41% superior ao praticado na média de 2015, enquanto o preço recebido é de R$ 4,20. Com o acúmulo de prejuízos, o receio é que produtores abandonem a atividade, o que pode provocar queda na oferta e preços mais altos para o consumidor.
 
De acordo com o presidente da Asemg, Antônio Ferraz, a situação é bem complicada e poderá se agravar ao longo deste ano, caso os preços dos grãos, milho e soja continuem em alta. A desvalorização do real em relação ao dólar também afeta a atividade, que depende de diversos insumos importados, como medicamentos e premix, por exemplo.
 
“Estamos trabalhando acumulando prejuízos. Janeiro, normalmente, é marcado pela queda no consumo e este ano ainda tivemos uma elevação significativa dos custos. O problema não afeta somente Minas Gerais, mas todos os estados produtores de carne suína. É reflexo da falta de políticas do governo para controlar o estoque de grãos”, diz Ferraz.
 
Ainda segundo o representante dos suinocultores, o custo de produção de um quilo de suíno vivo subiu 29,41%, passando de uma média de R$ 3,40 no final de 2015 para R$ 4,40 em janeiro.
 
Insumos - Dentre os principais insumos da atividade, Ferraz destaca o aumento dos preços do milho e da soja. A saca de 60 quilos de milho é adquirida pelos suinocultores em torno de R$ 46,00, ante o valor de R$ 26,00, praticado no início de 2015, alta de 76,9%. A tonelada da soja passou de R$ 1.115,00 para R$ 1.620,00, elevação de 45,29%.
 
Ainda segundo Ferraz, a tendência é que os custos de produção continuem em alta, mesmo com a aproximação da colheita da primeira safra de grãos. O aumento das exportações de milho e de soja, devido ao dólar valorizado, vai comprometer ainda mais a oferta dos produtos no mercado interno.
 
“Estamos pagando pelo milho um preço nunca antes visto e a tendência é de manutenção dos valores em alta. Para se ter ideia, da primeira safra de milho no Mato Grosso e em Goiás, importantes produtores nacionais, já foram negociados 45% do volume de forma antecipada, em função da variação cambial, que estimula as exportações. Para produtor de milho é mais confortável e lucrativo exportar o produto, mas o mais interessante seria exportar a proteína, que tem maior valor agregado”, avalia.
 
Em relação às exportações de carne suína, as mesmas devem ser impulsionadas com o dólar valorizado, porém, a parcela exportada representa somente 15% da produção. Em 2015, o faturamento com os embarques mineiros do produto caíram 82,67% em faturamento encerrando o período em US$ 27,18 milhões. O volume ficou 66,79% inferior e somou 13,9 mil toneladas. Por isso, o objetivo da Asemg é trabalhar formas de estimular o consumo interno do produto.
 
“Vamos trabalhar o mercado interno, mostrando os benefícios e as formas variadas de consumir a carne suína. Com os preços elevados da carne bovina, a demanda pela suína foi ampliada e deve se manter alta em 2016, já que os preços são mais acessíveis”, explica.
 
A meta do setor nacional é chegar em 2018 com um consumo interno de 18 quilos de carne suína per capita ao ano e, hoje, estamos em 15,5 quilos. Minas Gerais é o maior consumidor do País, com um consumo variando entre 22 quilos a 23 quilos per capita ao ano e a tendência é de crescimento.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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