Crise pode derrubar o consumo de carne bovina no próximo ano

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O diretor da Scot Consultoria, Alex Lopes, considera a possibilidade de queda no consumo de carne bovina no Brasil em 2016 em decorrência da crise macroeconômica. “Nada indica aumento do emprego, a inflação deve mais uma vez ficar acima do teto da média de 6,5% ao ano e teremos mais um período de recessão e queda da produção industrial”, destacou Lopes em painel durante o Encontro de Analistas, promovido pela Scot em São Paulo.

O diretor afirma que os efeitos do avanço do desemprego este ano não tiveram todo o seu efeito negativo sobre o consumo de carne bovina ainda. O analista destaca que muitos trabalhadores ainda usufruem de seguro-desemprego, benefício que pode vencer em muitos casos no início de 2016. Com isso, a demanda agregada por carne bovina deve diminuir.

Lopes espera que esse processo resulte em pressão sobre as margens de varejistas. “Com o boi perto da inflação e a indústria brigando para manter suas margens, isso deve chegar ao varejo”, pontuou.

Em sua análise, o médico veterinário e diretor da Scot Consultoria Hyberville Neto prevê oferta ainda escassa de bois para o abate em 2016, o que tende a manter a firmeza de preços da arroba. Ele ressalva, porém, que o consumo interno será um limitador de preços. Ele fez coro à preocupação de outros analistas com o entrave político que dificulta o ajuste fiscal e compromete o consumo de carne bovina no curto prazo.

Oferta - “A oferta deve continuar curta, com preços brigando com a inflação, possivelmente com estabilidade no ano ou até queda real”, antecipou Neto. Segundo o consultor, a disponibilidade de gado para o abate vai depender do volume de fêmeas que pecuaristas decidiram manter para investir no mercado da cria.

Alex Lopes pontuou que a demanda deve estar sob pressão no início de 2016, período em que incidem impostos específicos sobre a população. “Em janeiro e fevereiro a população naturalmente mantém poder aquisitivo menor, o que pode levar o mercado (do boi gordo) a perder sustentação”, diz. Lopes espera que a oferta de bois a pasto aumente, como é de costume, em janeiro.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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