Abates de animais em Minas Gerais têm queda

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A menor oferta de bovinos em Minas Gerais fez com que o abate dos animais recuasse 9,7% ao longo do segundo trimestre, frente a igual intervalo do ano passado. No período, a produção de leite foi afetada pelo clima e pelos preços baixos ficando 5,0% menor.

Já o abate de suínos e frangos, ao contrário dos demais, encerraram o segundo trimestre com aumento de 4,2% e 4,8%, respectivamente. Os dados são da pesquisa Trimestral de Abate de Animais, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao longo do segundo trimestre, Minas Gerais foi responsável pelo abate de 770,9 mil cabeças de bovinos, volume 9,7% inferior ao registrado em igual período do ano passado. O peso das carcaças, cerca de 176,6 mil toneladas, recuou 9,5%.

De acordo com o superintendente de Economia e Política Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, a queda observada no abate de bovinos se deve ao longo período de seca nas principais regiões produtoras do Estado, o que além de diminuir o plantel, limitou a oferta de pastagem e interferiu no peso das carcaças.

"A queda é resultado dos anos de seca que estamos enfrentando e de menor oferta de pastagens. No Estado, a região do Triângulo Mineiro concentra 16% da produção de bovinos, seguida pelo Norte, 13%; Sul, 11%; e Mucuri e Jequitinhonha com 10%. Dessa forma, a região do semiárido, que sofreu com a escassez hídrica, concentra 23% do rebanho efetivo. A queda no rebanho também tem afetado o desempenho das exportações, que estão menores", avalia Albanez.

Ainda segundo Albanez, com a redução do plantel e a demanda em alta, tanto os preços dos bezerros como do boi gordo ficaram acima da média registrada em 2014. "A menor oferta fez com que os preços da carne bovina ficassem mais elevados já que a demanda é elevada, o que também promoveu o abate de aves e suínos, proteínas essas que possuem preços mais acessíveis para o consumidor", ressalta.

Carcaças - Durante o segundo trimestre, frente a igual intervalo de 2014, o Estado foi responsável pelo abate de 1,27 milhão de suínos, volume 4,2% superior aos 1,22 milhão de animais abatidos anteriormente. O peso das carcaças, 106,9 mil toneladas, aumentou 4,5% no período.

De acordo com o IBGE, houve expansão de 4,8% no abate de aves, somando 109,9 milhões de cabeças. A produção de 224,6 mil toneladas de carcaças frango ficou 3,2% superior à registrada no 2º trimestre de 2014.

A queda no abate de bovinos, trouxe reflexos positivos para o setor de suínos e aves. Segundo Albanez, diante da atual conjuntura econômica e do aumento do desemprego, os consumidores estão em busca de proteínas de preços mais acessíveis, como os suínos, aves e até mesmo os ovos. "Isso é muito importante para Minas, que detêm o quarto maior plantel de suínos, o quinto de aves de corte e o terceiro em aves de postura".

Em relação à produção de ovos, Minas Gerais ampliou em 0,5% o volume, que somou 71,85 milhões de dúzias. O efetivo de galinhas ficou 1,4% superior, com 13,85 milhões aves de postura.

A estiagem e os preços baixos pagos pelo litro de leite fizeram com que a produção industrializada no Estado, ao longo do segundo trimestre de 2015, somasse 1,5 bilhão de litros, queda de 5%. "A falta de chuvas comprometeu as pastagens. Além disso, os preços pagos aos pecuaristas ficaram menores que em 2014, caindo de R$ 1,12 para R$ 1,10", explica Albanez.




Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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