Mais cara, carne bovina perde espaço no cardápio brasileiro

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                                   Preço alto fez 27% dos consumidores reduzirem os gastos, e outros 24% trocaram por outras carnes



 Muitos são os reflexos da atual crise econômica nos hábitos do brasileiro. O consumo de carne é um deles. Com preços mais altos e em disparada, os consumidores estão cortando gastos com a carne bovina e trocando por outras proteínas animais. Segundo levantamento realizado pela consultoria britânica Dunnhumby, 27% dos brasileiros limitaram gastos com produtos de origem bovina entre abril e junho, em relação ao mesmo período de 2014. A empresa estima também que 24% dos consumidores migraram para outras categorias, como suínos, que ficaram com 41,5% da troca. Os pratos prontos congelados ficaram em segundo lugar, com 19,8%, seguidos pelas aves resfriadas (14,3% da troca). A análise foi feita com base em dados de compras de 22 milhões de consumidores.

E a motogirl Helena Pereira bem que poderia estar contemplada na pesquisa, já que ela vem reduzindo o consumo da carne de boi. “Até uns dois meses atrás, eu comprava mais boi. Agora, é mais porco e frango. Procuro comprar o que é mais em conta. Afinal, a inflação está alta”, conta.

A coordenadora de pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Thaize Vieira Martins, ressalta que, em período de alta de determinados produtos, o consumidor muda seus hábitos para economizar. “Ele vai trocar um determinado produto por outro mais barato”, diz. E trocar a carne bovina, que aumentou 0,98% na terceira quadrissemana de julho em Belo Horizonte, segundo o Ipead, pelas carnes de aves e suína faz sentido, já que tais produtos tiveram recuo de 5,13% e 0,27%, respectivamente. A carne de boi superou a inflação no período, que ficou em 0,70%.

Em 12 meses, a média de preço da carne de boi teve alta de 6,83% em Belo Horizonte, de acordo com o Ipead. Já a suína teve queda de 10,74% no mesmo período. Cortes mais nobres do boi, como picanha e filé-mignon, tiveram alta de até 18%.

O gerente do açougue Fricon, Adilson José, conta que as vendas da carne de frango subiram nos últimos 60 dias. O motivo é o preço mais em conta. Enquanto um quilo de frango sai por R$ 4,99, o quilo do corte da carne bovina considerado de padrão mais baixo, como músculo, acém e maçã de peito, é comercializado por R$ 12,99.

O efeito de substituição entre as carnes foi impulsionado pela menor competitividade da carne bovina no segundo trimestre. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em abril, o preço do quilo da carne de frango chegou a valer 34% da carne bovina.

Pesquisa
Julho. Enquanto os preços dos cortes suínos e de frango tiveram queda de 0,93% e 0,58%, respectivamente, a carne bovina teve alta de 0,32%, segundo o Procon da Assembleia.



Veículo: Jornal O Tempo - MG


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