Exportação de carne pode bater os US$ 7,2 bi

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                                Estima-se que ao menos 44 unidades industriais tenham fechado durante este ano, entre todas as empresas do setor; alta nos preços do boi magro pode travar intenções de confinamento



Campo Grande - Um dia após declarações do CEO global da JBS, Wesley Batista, estimando queda expressiva para as exportações de carne bovina em 2015, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, afirma que a expectativa do setor é chegar aos US$ 7,2 bilhões faturados no ano passado.

O resultado virá, mesmo após o fechamento de diversos frigoríficos e a retração de 18% na receita do primeiro semestre, na variação anual.

"Seguramente vamos superar os resultados do primeiro semestre. A expectativa agora é alcançar os US$ 7,2 bilhões", disse Camardelli durante participação no Circuito ExpoCorte, em Campo Grande (MS), ontem (30). Na última terça-feira (29), Batista esteve em um evento de aves e suínos na capital paulista e não mostrou tanto otimismo. "O segundo semestre deve ser melhor, mas ainda não será um período que possa ser celebrado. Então claramente vamos decrescer as exportações, até por conta da queda no primeiro semestre do ano", declarou o presidente da maior companhia do segmento. Uma análise recente da consultoria Agrifatto estimou que 44 plantas de abate de bovinos foram desativadas no País este ano, incluindo todas as empresas do setor. Segundo a agência de notícias Reuters, a JBS foi responsável pelo fechamento de cinco e não há planos para o encerramento de outras unidades.

O executivo da Abiec lembra que todos os frigoríficos associados à entidade que estão desativados encontram-se com status "em manutenção", podendo reabrir caso haja incremento na demanda.

Discussão

"Muito desse processo de fechamento de unidades industriais tem a ver com forte ação da procuradoria do trabalho. As exigências de algumas normas como a NR-12 dificultam até o acesso dos importadores. Está sendo preparada uma carta que será lançada nos próximos dias para discutir estas questões", revelou ao DCI um dos participantes do evento.

Camardelli explica que a diminuição de embarques para o mercado externo fez com que 20 mil toneladas de carne ficassem no País.Com a manutenção dos preços em patamares altos, a situação ficou insustentável para a indústria. O analista da Scot Consultoria, Marco Tulio Silva, ressalta que o cenário de consumo interno está extremamente fraco, tanto que não deve haver espaço para reduzir ainda mais.

US$ 2,7 bi

Dados do último levantamento da Abiec mostram que o Brasil faturou US$ 2,7 bilhões com as exportações de bovino no primeiro semestre, pelo embarque de mais de 656 mil toneladas do produto.

Comparado a 2014, houve queda de 14% no volume exportado e 18% em receita. O desempenho se deu, em grande parte, em função da retração nas importações de Hong Kong, Rússia e Venezuela, influenciada pelo cenário internacional, com crise do petróleo e variações cambiais.

No radar estão China e Estados Unidos, vistos como os principais mercados estratégicos. "Tivemos uma grande surpresa, em 50 dias cerca de dez mil toneladas foram direto para a China com um preço médio bastante palatável", acrescenta Camardelli."Exportação não define preço, quem manda é o mercado interno", enfatiza o analista da Scot Consultoria ao comentar que o consumo tem se mantido em nível bem baixo.

Com o valor da arroba do boi gordo no mercado futuro pouco favorável e altos níveis no preço do boi magro, até mesmo o confinamento deve ficar menos aquecido.



Veículo: Jornal DCI







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