Abate de bovinos em Minas registra queda

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                                    Forte estiagem no início deste ano provocou a redução de oferta de animais



A estiagem no início deste ano e a menor oferta de bovinos impulsionaram a queda de 8,9% no abate de bovinos em Minas Gerais ao longo do primeiro trimestre, frente a igual período do ano passado. A escassez hídrica e os preços baixos também interferiram na produção de leite no Estado, que reduziu 1,4%.

Suínos e frangos, ao contrário dos demais produtos, encerraram os primeiros três meses de 2015 com aumento no abate, 0,4% e 3,3%, respectivamente. O impulso teve origem nos preços mais lucrativos recebidos pelos produtores e pela demanda aquecida, uma vez que houve migração do consumo de carne bovina para proteínas de menor preço.

Segundo dados da pesquisa Trimestral de Abate de Animais, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 1º trimestre, foram abatidas 735,8 mil cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária em Minas Gerais. Essa quantidade foi 8,9% menor que a apurada no mesmo período do ano passado, quando o Estado foi responsável pelo abate de 807,9 mil cabeças.

A produção de 164,6 mil toneladas de carcaças bovinas no 1º trimestre foi 10,5% menor que a registrada no 1º trimestre de 2014, quando o volume somou 183,9 mil toneladas.

De acordo com o superintendente de Economia e Política Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, a queda observada em Minas também foi verificada no País, onde os abates somaram 7,73 milhões de cabeças, retração de 7,7%. O Estado continua participando com 9,4% na composição dos dados nacionais.

Matrizes - "A queda observada nos abates de bovinos se deve à estiagem registrada nos últimos anos em Minas e demais estados do Sudeste, que reduziu o rebanho e incentivou o abate de matrizes. Com isso, observamos que existe oferta menor de animais de reposição, o que vem mantendo os preços do bezerro em patamares recordes. Nos primeiros meses de 2015, o bezerro em Minas foi cotado a R$ 1.342, enquanto em igual período do ano anterior era negociado a R$ 1.038", ressaltou.

Mesmo com a queda nos abates, segundo Albanez, o momento é favorável para que os pecuaristas invistam na produção. "Para os próximos anos, com a abertura de novos mercados, como os dos Estados Unidos e da China, a tendência é de demanda aquecida tanto no mercado nacional como internacional. O momento é oportuno para que os pecuaristas invistam na recuperação das pastagens, na melhoria do padrão genético e dos índices zootécnicos, para que ele possa recompor o rebanho a fim de aproveitar as oportunidades que vão surgir para o setor", avaliou.


Leite - Já a produção de leite em Minas Gerais, maior produtor nacional, ficou em 1,6 bilhão de litros, retração de 1,4%. "A queda nos preços pagos pelo litro do produto no Estado desestimulou os produtores. Enquanto no passado a média foi de R$ 1,07 por litro, este ano o produtor recebeu em média R$ 0,97 pelo volume. Além disso, outros fatores como o aumento do custos de produção; a menor disponibilidade de pastagem em decorrência da seca e o maior abate de matrizes também contribuíram para a redução do volume captado ao longo do primeiro trimestre", explicou Albanez.

Durante o primeiro trimestre, frente igual intervalo de 2014, o Estado foi responsável pelo abate de 1,2 milhão de suínos, alta de apenas 0,4%. O peso das carcaças, 100,6 mil toneladas, recuou 1,7% no período.

Alta também no abate de frangos. De acordo com o IBGE, houve expansão de 3,3% no abate de aves, somando 107,7 milhões de cabeças. A produção de 210,6 mil toneladas de carcaças de frango ficou 1% menor que a registrada no 1º trimestre de 2014.

"À medida em que a oferta de proteína bovina foi reduzida e os preços se elevaram, o consumidor optou por opções mais acessíveis, como as carnes de frango e suíno, o que estimulou o abate. Como os preços no período se mantiveram rentáveis, produtores também abateram animais mais leves, o que justifica o peso menor das carcaças", justificou Albanez.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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