Fim de restrições nos EUA dará novo fôlego à cadeia produtiva de Minas

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A decisão dos Estados Unidos de retomar as importações de carne bovina in natura do Brasil, após 15 anos de restrição em decorrência de pendências sanitárias, dará novo fôlego à cadeia produtiva de Minas Gerais, um dos 13 estados que estão livres de febre aftosa com vacinação, além do Distrito Federal, que poderão ter plantas habilitadas para as negociações. As expectativas são positivas, já que, além de fornecer o produto para os norte-americanos, as exigências severas em relação à sanidade por parte dos EUA abrem oportunidades para que a carne brasileira seja comercializada em novos mercados que pagam pela qualidade e por cortes especiais.

A expectativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é que em cinco anos o Brasil esteja exportando anualmente cerca de 100 mil toneladas de carne bovina para os Estados Unidos.
De acordo com o analista de agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallisson Lara Fonseca, o Estado possui condições de habilitar diversas plantas, o que poderá fomentar a cadeia da carne bovina.
"Além do montante a ser destinado aos EUA, a habilitação nos dará um aval de qualidade, já que as exigências sanitárias são bem rigorosas. Com o reconhecimento de que nossa sanidade condiz com os padrões norte-americanos será possível buscar novos mercados, como o do Japão, Coreia do Sul e integrantes do Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), por exemplo", disse.


Apesar da escassez de bovinos prontos para abate, em função da estiagem, os preços mais elevados pagos pela arroba do boi gordo vêm incentivando os investimentos e a recomposição do rebanho em Minas Gerais.
"Com os investimentos, nos próximos anos será possível atender a demanda dos mercados externo e interno, que consome 80% da produção. Nos primeiros cinco meses de 2015, as exportações de carne bovina do País tiveram queda de 7,9% em volume em função da oferta restrita. Nossa expectativa é que as negociações com os EUA comecem em setembro, o que será muito favorável para o setor produtivo e para a indústria. A tendência é de recuperação dos volumes exportados", afirmou.

De acordo com o superintendente de Economia e Política Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, a abertura do mercado americano é importante para a cadeia pecuária de Minas Gerais e dos demais estados aptos a exportarem.

"A chancela dos EUA é extremamente importante para a carne bovina in natura. Estamos abrindo a comercialização com um mercado que paga pelo produto diferenciado e de alta qualidade. Isso tem uma relevância enorme para o Brasil que poderá expandir as negociações com outros mercados que também valorizam a qualidade. A possibilidade de exportar 100 mil toneladas de carne bovina por ano é muito positiva, para se ter ideia, em 2014, as exportações mineiras do produto in natura somaram 97 mil toneladas".

Qualidade - Ainda segundo Albanez, além do reconhecimento da sanidade brasileira por parte dos EUA, a tendência é que as exportações também incentivem o maior investimento na qualidade do rebanho e nos cortes diferenciados e especiais. "Além dos EUA, poderemos buscar novos acordos com países europeus, por exemplo. Estes são mercados que têm maior poder aquisitivo, estão em busca de cortes especiais e pagam um preço diferenciado. Por isso, o momento é favorável para que os pecuaristas continuem investindo na melhoria dos rebanhos, em genética e tecnologias para que a qualidade seja superior e atenda estes mercados especiais", explicou.


De acordo com os dados da Seapa, o faturamento gerado com as exportações de carne bovina entre janeiro e maio de 2015 somou US$ 141,5 milhões. Minas Gerais tem como principais compradores da carne bovina in natura Hong Kong, responsável por 26% do faturamento, seguido pelo Irã (12,4%), Rússia (11,3%), Israel (6,1%), Egito (5,8%) e outros 34 países representando 38,4%.


Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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