EUA abrem mercado para carne brasileira

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Para exportadores, norte-americanos podem absorver 10% dos embarques

Governo afirma que conquista, aguardada há 15 anos, é 'senha' para derrubar barreiras em outros mercados



TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

Os Estados Unidos deram, nesta segunda-feira (29), o primeiro passo para retomar as importações de carne bovina "in natura" do Brasil, após 15 anos de embargo.

Durante visita da presidente Dilma Rousseff ao país, autoridades de inspeção de sanidade animal dos EUA autorizaram a importação de carne de 14 Estados, responsáveis por 95% das exportações brasileiras do produto.

O segundo passo é a escolha dos frigoríficos que poderão efetivamente exportar. A tarefa caberá ao Ministério da Agricultura, que levará em consideração a equivalência dos serviços de inspeção sanitária entre os dois países.

Esse processo deverá ser finalizado em cerca de dois meses, segundo a Abiec (associação das indústrias exportadoras de carne). "Os primeiros embarques devem acontecer no segundo semestre", diz Fernando Sampaio, diretor-executivo da entidade.

Para os exportadores, o Brasil poderá enviar cerca de 100 mil toneladas de carne por ano aos EUA, a partir de 2016 ou 2017. Se a expectativa for confirmada, o país cumprirá toda a cota de 64 mil toneladas na qual estará inserido, hoje pouco disputada por países da América Central, e ainda roubará mercado de outros exportadores.

Apesar de liderar a produção mundial, os EUA importam volume relevante de carne. Em 2014, foram 957 mil toneladas de carne "in natura", a maior parte da Austrália (38% do total), Canadá (21%) e Nova Zelândia (20%), segundo a Abiec. "Temos uma boa oportunidade em cortes específicos para a produção de hambúrguer, menos consumidos no Brasil."

O impacto da notícia, porém, é mais político do que comercial. Mesmo se os planos derem certo, a participação dos EUA no total das exportações deve ficar perto de 10%. Em 2014, o país embarcou 1,2 milhão de toneladas.

Para o governo, a abertura dos EUA, rigoroso na autorização de importações, é uma "senha" a ser utilizada nas negociações para a abertura de outros mercados, como Japão e Coreia do Sul. A ministra Katia Abreu (Agricultura) viaja a Tóquio nesta semana e espera também suspender as barreiras naquele mercado.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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