Com venda da europeia Moy Park, Marfrig mira em EUA e China

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                                    Empresa reduz dívida e faz caixa. Unidade de aves foi comprada por JBS



- SÃO PAULO- Com a venda da Moy Park, uma das maiores produtoras de aves da Europa, para a JBS, a Marfrig espera acelerar os investimentos em aumento de capacidade e na linha de produtos para a China e os Estados Unidos. Segundo o CEO da companhia, Martin Secco, o US$ 1,5 bilhão oferecido pela JBS vai melhorar o perfil da dívida da empresa e gerar o caixa necessário para os investimentos.

— Conseguiremos reestruturar o negócio e focar mais nos ativos existentes. Para a China, já temos duas unidades habilitadas para exportação de carne bovina e devemos ter, em breve, mais duas habilitações — disse Secco.

AÇÕES DISPARAM NA BOVESPA

Ontem, as ações ordinárias da Marfrig tiveram a maior alta do Ibovespa: os papéis da empresa se valorizaram mais de 11%, pela manhã, e fecharam com alta de 9,73%, a R$ 19,69, depois de terem chegado a subir mais de 12%.

O executivo disse ainda que foi aprovado o acordo de cotas para exportação de carne bovina para o mercado americano:

— A Marfrig vai continuar com 75% do faturamento atrelado a moedas estrangeiras, sendo que 59% do faturamento consolidado continuarão vindo das operações internacionais. A empresa está presente em 11 países, com 33 mil funcionários e 49 fábricas.

O presidente do conselho de Administração, Marcos Molina, disse que, ao vender a Moy Park para a JBS, a companhia vai conseguir crescer organicamente em áreas mais atraentes e que são o seu negócio central: a carne bovina.

— Quando vendemos a Seara, em 2013, perdemos 30% em valor da companhia. Dois anos depois, chegamos ao mesmo patamar. A venda da Moy Park é uma decisão muito mais estratégica do que qualquer outra coisa — disse Molina.

Para a analista do BB Investimentos Luciana Carvalho, a venda dará à Marfrig condições para focar em mercados compradores ( China e EUA). Segundo ela, o negócio foi muito mais positivo para a empresa do que para a JBS:

— A Marfrig estava muito alavancada e precisava de caixa para melhorar o perfil da dívida. Para a JBS, é mais uma expansão territorial do negócio. Agora, o grupo consegue entrar com mais força na Europa.

ECONOMIA DE R$ 300 MILHÕES

Já Danilo De Julio, da Corretora Concórdia, afirma que a venda pegou o mercado de surpresa, já que havia a hipótese da abertura de capital da subsidiária em setembro. Isso mostra, segundo ele, que a necessidade de se fazer caixa para pagar dívida era grande.

— Não foi um negócio mais pensado. Foi uma estratégia necessária para melhorar o perfil de alavancagem — avaliou De Julio.

Em 2013, a Marfrig também vendeu ativos para melhorar sua alavancagem ( relação entre dívida e resultados). A Seara foi vendida por R$ 5,8 bilhões. Segundo o vice- presidente de planejamento estratégico e diretor de Relações com Investidores da Marfrig, Marcelo Di Lorenzo, a empresa vai economizar R$ 300 milhões só com despesas financeiras.



Veículo: Jornal O Globo


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