Pesca industrial da tainha abre com incertezas e baixa expectativa para produção em Itajaí e região

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Licenças para embarcações estão atrasadas e número menor de barcos pode gerar demissões

 



A pesca industrial da tainha abre nesta segunda-feira marcada por incertezas e expectativa baixa para a produção deste ano. Entre os motivos estão a demora na liberação das licenças para os barcos — apenas 32 foram emitidas até sexta-feira — e a redução do número de embarcações pesqueiras nas regiões Sul e Sudeste, que passou de 60 para 50. Além dos reflexos para a indústria da região, o consumidor também está sentindo no bolso o impacto: o preço do pescado aumentou em média 50% em Itajaí nos primeiros dias da safra.

O presidente do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e região (Sindipi), Giovani Monteiro, acredita que nesta semana saiam as outras 18 licenças que estão faltando — 27 barcos concorrerem pelas autorizações. De acordo com ele, a diminuição de embarcações foi uma decisão da Justiça, porque o plano de manejo que está sendo elaborado pelos ministérios da Pesca e do Meio Ambiente não ficou pronto a tempo.

— O setor vai sofrer com a redução do esforço de pesca. Era preferível que todos tivessem acesso, mas com cota limitada, do que priorizar alguns — afirma.

Conforme Monteiro, são mais de mil pescadores atuando na região e pelo menos 180 devem ficar desempregados em função do menor número de barcos. A demora na emissão das licenças também provocou a indignação dos profissionais, que ameaçaram invadir a superintendência do Ministério da Pesca em Florianópolis terça-feira passada. Um acordo foi firmado após o ministério se comprometer em agilizar o processo.

— Não basta ter a licença, é necessário fazer a preparação das redes e saber quais barcos vão poder pescar. Hoje (sexta-feira) eles estão fazendo a reemissão das 32 licenças que chegaram quinta e devem nos repassar, porque houve um erro na impressão — comenta.

Em 2014 foram pescadas 1,8 mil toneladas de tainha na região e para esta safra as perspectivas não são boas:

— Já perdemos 15 dias e isso vai afetar a produção. Uma vez que se restringe a pesca industrial, o pescador perde e o consumidor também, porque quem mais abastece o mercado é a indústria — argumenta Monteiro.

Preços variam de R$ 10 a R$ 25


Os efeitos do começo tardio da pesca industrial já começaram a ser sentidos em Itajaí. No Mercado do Peixe da cidade o pescado sem ova está sendo vendido entre R$ 10 e R$ 15, enquanto a tainha ovada varia entre R$ 20 e R$ 25. Quando o peixe é abundante esse valor reduz quase pela metade: o pescado sem ova pode custar R$ 7 e o com ova pode chegar a R$ 12.

— A tainha que está chegando é dos pescadores artesanais, então o preço sai mais caro e a quantidade é pouca. O pessoal reclama bastante — conta a empresária de um dos boxes do mercado Pâmela Day.

O secretário de Pesca e Aquicultura de Itajaí, Agostinho Peruzzo, explica que há pouca oferta para muita procura, o que acaba encarecendo o preço da tainha.



Veículo: Diário Catarinense


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