Oferta excessiva de frango retrai preços

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Enquanto o quilo da ave viva está sendo negociado em torno de R$ 1,95, custos de produção estão em R$ 2,35

 



A maior oferta de frango no mercado mineiro tem deixado o setor cauteloso, já que os preços pagos pelo produto estão abaixo dos custos de produção e os empresários registrando prejuízos. De acordo com a Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), enquanto o quilo da ave viva está sendo negociado em torno de R$ 1,95, os custos de produção estão em R$ 2,35.

Outra preocupação do setor é em relação às regras atuais de contribuição para o Fundo de Emergência Sanitária, que tem adesão voluntária. Para garantir a sanidade da produção e os trabalhos de prevenção e fiscalização, representantes da entidade acreditam que a contribuição deveria ser compulsória para todas as empresas do setor.

Para a diretora-executiva da Avimig, Marília Martha Ferreira, a queda nos valores pagos aos avicultores tem como principais fatores o ingresso de frango produzido em outros estados no mercado mineiro. Além disso, há expectativa em relação ao aumento das exportações em decorrência da abertura de novos mercados para a carne da ave, fazendo com que o setor investisse no aumento da produção.

"Mesmo com os preços mais competitivos que os da carne bovina, o que estimula o maior consumo da carne de frango, a avicultura vem enfrentando quedas nos preços, já que a oferta no mercado está maior que a demanda. Independente dos fatores externos, o setor tem produção relevante, capaz de atender aos mercados interno e externo. A especulação em relação ao aumento dos volumes embarcados criou uma ilusão no segmento que aumentou a produção superando a capacidade de consumo e, conseqüentemente, provocou queda de preços", avalia a diretora da Avimig.

Mercado - Em Minas Gerais, o quilo do frango vivo, que era negociado a R$ 2,20 no início deste mês, recuou para R$ 1,95, perda de 11,33%. No mesmo período, os avicultores desembolsaram R$ 2,35 para produzir o mesmo volume. "Hoje os preços estão muito ruins e vêm complicando a situação dos produtores. O momento é de cautela, principalmente pelo clima incerto da economia nacional", observa Marília.

Outro ponto que está na pauta dos representantes da Avimig é o aprimoramento das regras do Fundo de Emergência Sanitária. De acordo com Marília, o fundo tem papel preventivo, cujo recursos são captados com a participação voluntária das empresas do setor e aplicados em ações voltadas para a defesa sanitária, controle de doenças e fiscalização. A ideia é mudar as regras e tornar a contribuição compulsória, uma vez que as ações desenvolvidas trazem benefícios para todo o setor.

O trabalho preventivo promovido pelo fundo é considerado fundamental para garantir a segurança sanitária da produção mineira caso ocorram casos de doenças no País. A prevenção é importante para evitar prejuízos, como os causados com o surto de Influenza aviária registrada nos Estados Unidos.

"Precisamos de um fundo forte, porque em caso de emergência sanitária poderemos trabalhar para evitar surtos de doenças que possam comprometer a atividade. Atualmente a contribuição é voluntária, mas queremos que seja criada uma lei que a torne obrigatória, pois os benefícios são para toda a cadeia", diz Marília. Em Minas Gerais a avicultura é desenvolvida em cerca de 500 municípios e, desse universo, somente 40% participam do fundo.

De acordo com os dados da Avimig, em Minas estão instaladas 1.847 granjas e 28 indústrias de abates de frangos. A produção do setor em 2014 atingiu 445 milhões de aves e 11,51 milhões de caixas de ovos.



Veículo: Diário do Comércio - MG

 


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