Setor de suínos espera por uma recuperação em maio

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Com demanda menor, preço do quilo vivo diminuiu 15% em um ano

 



O preço do quilo do suíno vivo no Rio Grande do Sul teve uma queda de cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. As fracas demandas internacional e do mercado interno levaram aos números, segundo a Associação dos Criadores de Suínos (Acsurs) e Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Apesar disso, as entidades destacam que, de certa forma, a instabilidade nos primeiros três meses do ano não são uma surpresa, mas uma variação natural do mercado. A partir de maio, a expectativa é de que a comercialização e, consequentemente, os preços voltem ao normal.

Atualmente, a média paga ao produtor independente está em R$ 3,03, enquanto o integrado recebe R$ 2,95. Por isso, o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, alerta para a aproximação da relação entre o preço e os custos de produção, que giram entre R$ 3,00 e R$ 3,05. "O produtor está quase no zero a zero. O cenário dos custos tem sido influenciado pelo dólar alto, aumentando os gastos com ração e alguns remédios. Para completar, ainda houve reajuste na conta de luz e na mão de obra no mesmo período", afirma. Segundo a última pesquisa de cotações realizada pela Acsurs, o valor médio do principal insumo para o suínos, o milho, subiu 1,6% na última semana no Estado, passando de R$ 25,00 a saca de 60 quilos para R$ 25,40.

Para Folador, as baixas exportações, principalmente em janeiro e fevereiro, a retração do mercado interno e os reflexos da greve dos caminhoneiros, que levou a falta de animais, ocasionaram, ao mesmo tempo, a redução dos preços pagos ao produtor. "A demanda externa esteve fraca e o mercado interno sempre entra em queda nessa época." Mesmo assim, a Acsurs descarta a possibilidade de uma nova crise no setor, como em 2012, e aposta que a situação é passageira. "As exportações devem voltar com mais intensidade em maio. Nada indica que poderemos chegar a um cenário como o de três anos atrás. A retração é momentânea, apenas um momento do mercado, e a produção segue ajustada à demanda", completa.

De acordo com a ABPA, depois de quedas em janeiro e fevereiro, as exportações de carne suína registraram, em março, seu melhor desempenho em 2015. Foram embarcadas 36,8 mil toneladas no mês, desempenho 27,1% superior ao registrado em janeiro e 36,2% maior que o total de fevereiro. Em receita cambial, com a soma de US$ 85,5 milhões, o resultado foi 16,6% maior que janeiro e 27,9% acima de fevereiro. Os números do trimestre, por outro lado, ainda são menores dos observados no mesmo período do ano passado, com queda de 7,8% em volume.

"Esperávamos o início da retomada em fevereiro. Entretanto, com a greve dos caminhoneiros e pelo fato do ciclo de produção da suinocultura ser relativamente longo, a retomada do ritmo normal deve se dar a partir de maio", explica o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas. Segundo Vargas, a expectativa é alcançar uma média mensal entre 45 mil e 50 mil toneladas. "Essa é a tendência, com uma reação normal a partir do próximo mês. No mercado externo, então, o preço volta a reagir e se recupera a perda do produtor", projeta.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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