O mercado brasileiro de carne suína segue apresentando quadro de volatilidade nos preços, ainda que a média do quilo vivo na região Centro-Sul tenha reagido um pouco ao longo da semana passada. De acordo com o analista de Safras & Mercado Allan Hedler, a cotação chegou a R$ 3,33, avançando dois centavos frente à semana anterior ou 0,5%. "Na comparação com o mesmo período do ano passado, o suíno apresenta valorização de 4,3%", informa. No atacado, Hedler sinaliza que os preços voltaram a ceder, levando-se em conta a menor demanda típica da segunda quinzena. "O valor médio do quilo da carcaça recuou 1% em uma semana no Centro-Sul, de R$ 5,15 para R$ 5,10, enquanto o quilo do pernil com osso apresentou retração de 3,6%, de R$ 7,50 para R$ 7,23", informa.
O analista afirma que há expectativa em torno da melhora no preço da carne suína a partir de abril, quando as temperaturas tendem a ser mais amenas. "Se os preços da carne bovina seguirem em elevação, possivelmente haverá migração mais forte no consumo para os produtos concorrentes, caso da carne suína e de frango", projeta. Na exportação, o resultado divulgado na semana passada pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontou ligeira recuperação. Dados indicaram que os embarques de carne suína in natura registraram um volume total de 12,5 mil toneladas nos primeiros 10 dias úteis de março e faturamento total de US$ 31,8 milhões.
A média diária ficou em 1,3 mil toneladas, 2,5% acima da média diária de 1,2 mil toneladas registrada no mês passado. "Na comparação com março do ano passado, entretanto, a média diária sinaliza uma retração de até 26,4% em volume e de 35% em faturamento", comenta o analista de Safras.
Hedler sinaliza que o custo de produção da suinocultura, embora tenha subido nas últimas semanas, ainda se mostra inferior ao mesmo período do ano passado, especialmente com relação ao milho. "Hoje a saca de milho é cotada a R$ 25,50 no Paraná, valor 8,9% menor que no mesmo período do ano passado. Em São Paulo essa diferença é um pouco maior, chegando a 9,1%, com a saca vendida a R$ 30,00. Podemos dizer que o produtor permanece com uma boa taxa de retorno na atividade", pontua.
Cotações - A análise semanal de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo permaneceu em R$ 70,50. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 3,05, enquanto no interior a cotação caiu de R$ 3,42 para R$ 3,40. Em Santa Catarina o preço do quilo permaneceu a R$ 3,03 na integração. No interior, a cotação avançou de R$ 3,30 para R$ 3,45. No mercado livre do Paraná a cotação caiu de R$ 3,31 para R$ 3,29 o quilo, enquanto na integração o preço subiu de R$ 3,23 para R$ 3,31.
No Mato Grosso do Sul a cotação seguiu em R$ 3,30. Em Campo Grande teve estabilidade, cotada a R$ 3,60. Em Goiânia, o preço permaneceu em R$ 3,75, mesma situação verificada no interior de Minas Gerais. No mercado independente mineiro a cotação continuou em R$ 3,35. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis avançou de R$ 2,80 para R$ 3,00. Já na integração do estado a cotação seguiu em R$ 2,50.
Veículo: Diário do Comércio - MG