Câmbio leva Marfrig a perda superior a 240%

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Resultados do quarto trimestre de 2014 mostraram nível de endividamento pressionado pela alta do dólar; companhia de carnes espera faturar até R$ 25 bilhões em 2015 com foco em exportação

 



A Marfrig Global Foods, terceira maior produtora de carne bovina do mundo, teve suas dívidas elevadas pela alta do dólar frente ao real e acarretou um salto de expressivos 241,4% no prejuízo líquido do quarto trimestre de 2014, contra o mesmo período de 2013. Apesar disso, o endividamento consolidado no ano caiu 9,4%.

Os resultados foram divulgados ontem pelos executivos da companhia, que mostraram satisfação diante do cumprimento das metas estabelecidas para 2014 e mantiveram a estratégia para este ano, mesmo após a substituição de Sérgio Rial por Martin Secco no cargo de CEO global. "Tudo que for necessário para cumprir o objetivo, como novo CEO, será mantido no processo de desalavancagem [redução do endividamento]", enfatizou Secco.

Estratégia

Uma das medidas que devem ser implementadas é a emissão de títulos da dívida, os chamados bonds. Segundo o vice-presidente de finanças e relações com investidores, Ricardo Florence, as despesas de curto prazo, normalmente mais baratas, cabem na estratégia da empresa, de não ultrapassarem 20% do endividamento total.

A redução de custos continua nos planos da companhia e resultaram em uma economia de cerca de R$ 18 milhões no quarto trimestre de 2014 e R$ 60 milhões no ano fiscal.

Os objetivos estratégicos foram discriminados entre quatro pilares principais: crescimento do volume de preços e médios; maximizar a plataforma exportadora da América do Sul; agenda de produtividade - que compreende a disponibilidade de gado em determinada região para o funcionamento das plantas; e continuidade do foco em geração de caixa. "Se eu for destacar um pilar, a geração de caixa será tratada como prioridade", avalia o CEO da unidade de bovinos Marfrig Beef Brasil, Andrew Murchie.

Em 2014, a geração de caixa livre ficou positiva em R$ 56 milhões, assim como o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que subiu 30% no quarto trimestre ao atingir R$ 548 milhões, no comparativo anual.

Próximas metas

Murchie acredita que o mercado internacional será um grande player. Estão no radar das exportações países como Irã, Egito, Malásia, Rússia e Venezuela, os dois últimos que têm mantido as compras, mesmo que em volumes menores.

"Deve haver a retomada da China e Arábia Saudita ainda no primeiro semestre de 2015 e imaginamos que o mercado norte-americano deve abrir fronteiras sanitárias, o que possibilitaria envios para México e Canadá", acrescenta. Entretanto, o executivo salienta que a expectativa de bater até R$ 25 bilhões em faturamento líquido é traçada com base em uma melhora no cenário internacional em geral e, consequentemente, um incremento nas plantas já habilitadas.

Outro fator que sustenta as apostas no mercado externo é o valor do animal. O CEO da Marfrig Beef explica que este será um ano apertado para a oferta de gado no País e os preços internos já estão pressionados, diante do poder de compra do consumidor. Sendo assim, a saída é a exportação.

As condições do cenário doméstico também serão determinantes para a possível oferta pública de ações da Moy Park - divisão de aves e processados na Europa - o que a tornaria uma empresa de capital aberto. De acordo com os executivos, esta seria mais uma alternativa para capitalização.




Veículo: DCI


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