Após operar por diversas semanas sem alterações, impactado por um quadro excessivo de oferta proveniente da região Sul do Brasil, o mercado de frango vivo de São Paulo começou a reagir nos últimos dias e esboçou uma recuperação de 15 centavos no preço em relação aos R$ 2,25 praticados na última semana, chegando ao patamar de R$ 2,40
De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, esse aumento pode não ter se encerrado ainda. "Não será surpresa se os operadores forçarem uma nova alta durante a semana de carnaval, tendo em vista que o mercado paulista não recebeu mais uma oferta tão elevada de frango das integradoras nos últimos dias", explica.
Iglesias destaca que em Minas Gerais e no Centro-Oeste o ambiente de negócios durante a semana permaneceu firme, quadro que não foi verificado apenas no Sul do país, onde os efeitos da elevada produção de pintos de corte de dezembro ainda está sendo sentido.
Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte indicaram uma produção de 544,4 milhões de cabeças em dezembro de 2014, volume que superou em 3,53% os 481,9 milhões de pintos registrados em novembro e em 1,37% o volume produzido em dezembro de 2013. "Essa condição explica a forte pressão vivenciada pelo mercado de frango vivo ao longo de janeiro. Estamos projetando para o mês passado um alojamento de 520 milhões de pintos de corte, volume que, embora menor ao de dezembro, ainda se mostra elevado para o período", afirma Fernando Iglesias.
No atacado e na distribuição, os preços dos cortes congelados e resfriados no mercado de São Paulo se mantiveram em relação à semana anterior. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição seguiu em R$ 3,95, o da coxa em R$ 3,40 e o da asa em R$ 5,60. No atacado, o quilo do peito permaneceu em R$ 3,80, o da coxa a R$ 3,30 e o da asa a R$ 5,40.
Nos cortes resfriados, o preço do peito na distribuição continuou a R$ 4,20 o quilo, o da coxa a R$ 3,50 e o da asa a R$ 5,75. No atacado, o preço do peito foi cotado a R$ 4,10, o quilo da coxa a R$ 3,40 e o da asa a R$ 5,55, ambos sem alterações frente à semana passada.
Iglesias sinaliza que as exportações serão determinantes para uma melhora do desempenho do mercado interno. Dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (Mdic) indicaram que as exportações de carne de frango do Brasil renderam US$ 124,5 milhões na primeira semana de fevereiro, com média diária de US$ 24,9 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 76 mil toneladas, com média diária de 15,2 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.639,30.
Reação - Na comparação com a média diária de janeiro, houve uma alta de 25,2% no valor médio exportado, uma elevação de 28,9% na quantidade e uma baixa de 2,9% no preço médio. Em relação a fevereiro de 2014, houve alta de 7,6% no valor total exportado, ganho de 16,3% na quantidade total e desvalorização de 7,4% no preço médio. "Embora tenham reagido um pouco, os embarques seguem bem fracos perante o câmbio amplamente favorável aos exportadores. Por conta disso, estamos projetando embarques entre 280 e 290 mil toneladas de carne de frango em fevereiro", disse.
O levantamento realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que o preço do frango vivo em Minas Gerais se manteve em R$ 2,55.
Na integração catarinense, a cotação do frango vivo seguiu em R$ 2,25. No Paraná, o quilo vivo permaneceu em R$ 2,20 na integração (oeste do Estado). Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo subiu de R$ 2,28 para R$ 2,30.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 2,45. No Distrito Federal o quilo vivo permaneceu cotado a R$ 2,55. Em Goiás o quilo vivo foi cotado a R$ 2,50, estável frente à última semana.
Em Pernambuco, o quilo vivo continuou em R$ 3,40. No Ceará, a cotação do quilo vivo se manteve em R$ 3,40, enquanto no Pará o quilo vivo seguiu cotado a R$ 3,55.
Veículo: Diário do Comércio - MG