Impasse entre pecuaristas e frigoríficos

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Os negócios no mercado brasileiro de boi foram pautados ao longo da semana passada pelo impasse entre frigoríficos e pecuaristas com relação aos preços. De acordo com o analista da empresa de consultoria em agronegócio Safras & Mercado Fernando Iglesias, as unidades conseguiram realizar boa frente nas escalas de abate no fim do mês passado.

Essa condição, somada à queda nos preços da carne durante a segunda quinzena de janeiro, levou os frigoríficos a optar por diminuir ainda mais os preços de balcão na semana passada. "Diante desse quadro, o pecuarista está relutante em comercializar o boi, o que manteve o fluxo de negócios bastante lento ao longo da semana", explicou.

Iglesias afirmou que no momento os frigoríficos têm a vantagem de dispor de escalas de abate bastante avançadas. Em contrapartida, os pecuaristas contam com a recuperação das pastagens para a engorda do gado, o que mantém a "queda de braço" entre as partes.

Na avaliação de Iglesias, por conta do prejuízo acima de R$ 10 em média que os frigoríficos de São Paulo enfrentam hoje entre o valor pago pela arroba, de R$ 141 a R$ 143, e o valor recebido pela carne, de R$ 133, a tendência é de que eles forcem uma queda no valor pago pela arroba junto aos pecuaristas.

"A perspectiva é de que os frigoríficos segurem as compras o máximo possível, até mesmo pelo fato de uma redução no volume de abates acabar influenciando uma menor oferta de carne. Com isso, o preço do atacado teria mais chance de voltar a subir frente às fortes quedas verificadas na segunda quinzena de janeiro", avaliou.


Embarques - Nas exportações, dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic), indicaram embarques de 74 mil toneladas de carne bovina in natura em janeiro. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.408,50. A receita obtida ficou em US$ 326,4 milhões.

Entre janeiro e dezembro, houve baixa de 33,1% no valor médio exportado, uma elevação de 28,7% na quantidade e queda de 6,2% no preço médio. Na relação entre janeiro de 2015 e o mesmo mês de 2014, houve retração de 25,5% no valor total exportado, perda de 26,2% na quantidade total e valorização de 1% no preço médio.

A análise semanal de Safras & Mercado indicou que a média de preços da arroba à vista e a prazo em São Paulo foi cotada de R$ 141 a R$ 143, ante R$ 142 e R$ 144 da semana anterior. Em Mato Grosso do Sul, o preço ficou entre R$ 135 e R$ 138, contra R$ 136 e R$ 139 da semana passada. Em Minas Gerais a arroba foi cotada entre R$ 133 e R$ 135, ante R$ 135 e R$ 137 da última semana. Em Mato Grosso o preço da arroba ficou entre R$ 128 e R$ 135, ante cotação de R$ 127 e R$ 135 da semana anterior.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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