Minerva começa a operar em Janaúba

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Após quatro anos desativado, o Frigorífico Kaiowa, agora Frigorífico Minerva Foods, retomou os abates no início desta semana. Localizada em Janaúba, no Norte do Estado, a unidade tem capacidade para abater 900 cabeças por dia e é considerada fundamental para o desenvolvimento econômico regional, já que pecuaristas vinham negociando bovinos no Triângulo Mineiro, por falta de um frigorífico na região. Inicialmente, devido ao período de entressafra, o abate na unidade está em torno de 450 cabeças por dia, o que deve ser elevado nos próximos meses. A expectativa é gerar mil empregos diretos e 3 mil indiretos.

Segundo dados divulgados pela Minerva S.A. em comunicado ao mercado, feito em março deste ano, foram investidos R$ 40 milhões na aquisição da planta de abate e desossa de bovinos, em leilão judicial que ofertou os ativos da massa falida do Frigorífico Kaiowa S.A..

Após a consolidação do investimento, a planta em Janaúba passou a ter capacidade de abate e desossa para aproximadamente 900 cabeças por dia. A companhia estima um faturamento anual de cerca de R$ 500 milhões e ebitda anual entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões.

Considerando que a planta se encontrava desativada, o grupo Minerva projetou, conforme o documento enviado ao mercado, um investimento entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões voltados à modernização das operações. Também programou necessidade capital de giro de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões.

Ainda no comunicado, que foi assinado pelo diretor de Relações com Investidores, Eduardo Pirani Puzziello, a empresa classificou a aquisição do frigorífico como fundamental para a expansão da atuação da Minerva em Minas Gerais.

"Esta aquisição representa uma excelente oportunidade para a companhia aumentar sua presença no Estado de Minas Gerais, que se destaca por possuir ótimas condições sanitárias e o segundo maior rebanho de bovinos do Brasil (estimado em 24 milhões de cabeças). Adicionalmente, a localização da planta é beneficiada pela grande oferta de matéria prima, proveniente do Norte do Estado", disse Eduardo Puzziello no fato relevante enviado ao mercado.

Emprego e renda - Para o presidente do Sindicato Rural de Janaúba, José Aparecido Mendes, a reabertura é fundamental para a geração de empregos e renda para a região. Desde julho de 2010, quando ocorreu o fechamento do antigo frigorífico Kaiowa, foram feitas diversas ações de mobilização pelo Sindicato Rural na parte jurídica e também junto aos governos federal e estadual para viabilizar a retomada das atividades.

"A reabertura da unidade é de fundamental importância para a região, que desde o encerramento das atividades ficou sem opção de frigorífico para negociar os animais prontos. Com isso, a maioria dos pecuaristas passou a comercializar os bovinos para engorda em outras regiões, principalmente para o Triângulo, deixando de agregar valor ao produto e perdendo renda", explicou o presidente do sindicato rural.

A região possui grande potencial para a pecuária de corte. Em um raio de 300 quilômetros no entorno de Janaúba, os dados são de um rebanho composto por 2,8 milhões de cabeças, segundo os registros de vacinação do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Ainda conforme Mendes, o frigorífico de Janaúba, que segue os padrões internacionais de qualidade em abate e produção de carne bovina, iniciou as atividades abatendo cerca de 450 cabeças de bovinos por dia, volume que deve ser ampliado no período de safra de boi gordo, que começa em meados de dezembro, com a retomada do período chuvoso.

Unidade foi aberta na década de 1970

Instalado entre os bairros Barbosa e Santa Terezinha, em Janaúba, o frigorífico de Minerva Foods possui 217 mil metros quadrados dos quais 54 mil metros quadrados são de área construída. O antigo frigorífico Kaiowa foi implantado no município no final dos anos de 1970, com o nome de Frigodias (família Dias, do Norte de Minas).

Na virada da década de 1980 para 1990, a unidade foi vendida para o grupo Kaiowa que, em 1997, decretou falência, e fechou a unidade. No período foram várias as tentativas pela reabertura, mas sem êxito. Nos últimos 10 anos o frigorífico em Janaúba retomou as atividades em duas vezes, via arrendamento. A primeira foi com o grupo Redenção, do Pará, em 2003. Depois com o grupo Independência, em 2006, com plantas industriais no Centro-Oeste brasileiro, e que chegou a abater 248 mil cabeças somente no ano de 2008, encerrando as atividade em julho de 2010.

Agora, o frigorífico foi reaberto pelo grupo Minerva Foods, empresa que já opera 15 plantas de abate e desossa, 11 localizadas no Brasil, duas no Paraguai e duas no Uruguai. A capacidade de abate mundial é de 15,88 mil cabeças de gado por dia e de desossa de 18,86 mil cabeças por dia.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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