Demanda da carne maior que a oferta alavancou os preços da arroba, estimulando o maior descarte de animais
O abate de bovinos em Minas Gerais ao longo do segundo trimestre, em comparação com igual período do ano anterior, apresentou alta de 8,6%. O resultado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi sustentado pela demanda maior que a oferta, o que alavancou os preços da arroba, estimulando o maior descarte de animais.
Além dos bovinos, também foi registrada expansão nos abates de suínos, 3,7%, e aumento na produção de leite 11,9%. O abate de frangos encerrou o período com retração de 6,2%.
A pesquisa Trimestral de Abate de Animais, elaborada pelo IBGE, mostrou que entre abril e junho foram abatidas em Minas Gerais 850,9 mil cabeças de bovinos, alta de 8,6%, frente às 783 mil cabeças abatidas em igual intervalo de 2013. No período, o peso das carcaças aumentou 7,2%, atingindo 194 mil toneladas. Em igual período do ano anterior, o peso estava em 181 mil toneladas.
Mesmo com o aumento do abate de animais, a oferta ainda está menor que a demanda, o que vem pressionando os preços da arroba para cima. De acordo com os pesquisadores do IBGE, a oferta restrita tanto de animais para reposição como para abate, se deve ao clima quente e seco desde o fim de 2013. O déficit hídrico em muitas regiões produtoras prejudicou as pastagens e, conseqüentemente, a engorda dos animais.
No caso dos suínos, ao longo do segundo trimestre, foram abatidas em Minas Gerais 1,22 milhão de cabeças, volume que ficou 3,7% superior às 1,18 milhão de cabeças abatidas em igual intervalo de 2013. Entre abril e junho, o peso das carcaças ficou praticamente estável, com pequena variação positiva de 0,4%, alcançando 102,1 mil toneladas, frente as 101,8 mil toneladas registradas em igual intervalo de 2013.
Demanda - Apesar do aumento do abate, a demanda interna se manteve aquecida o que foi fundamental para sustentar os valores pagos pelos suínos. Em Minas Gerais, ao longo do segundo trimestre de 2014, o preço médio do suíno vivo saiu de R$ 3,47, em abril, para R$ 3,57 em junho, alta de 3%.
A média de preço no acumulado do segundo trimestre foi de R$ 3,51 por quilo do animal vivo, o que representou alta de 14,33% quando comparado com os preços praticados em igual intervalo de 2013.
Ao contrário dos bovinos e suínos, o abate de frangos em Minas Gerais encerrou o segundo trimestre de 2014 com queda de 6,2%, totalizando 104 milhões de aves, frente aos 111 milhões de frangos abatidos em igual período do ano anterior. O peso das carcaças aumentou 2,9%, alcançando 217,8 mil toneladas.
A queda no volume exportado por Minas Gerais é uma das justificativas para a redução dos abates. De acordo com os dados do IBGE, no segundo trimestre de 2014, o Estado exportou 50,474 mil toneladas de carne de frango, frente às 54,81 mil toneladas embarcadas em igual período do ano anterior, retração de 7,9%.
Já a captação de leite em Minas Gerais foi ampliada durante o segundo trimestre do ano. Ao todo foram adquiridos, pelas indústrias processadoras de leite, 1,58 bilhão de litros de leite cru, aumento de 11,9% sobre o volume de 1,41 bilhão de litros registrados em igual intervalo do ano anterior.
O volume de leite industrializado aumentou 11,4% somando 1,56 bilhão de litros. Minas Gerais é o Estado que mais adquire leite, respondendo por 27,4% do total nacional no 2º trimestre de 2014.
A produção estadual de ovos aumentou ao longo do segundo trimestre de 2013. Segundo os dados do IBGE foi registrada elevação de 1,1% no volume, que atingiu no período 71,4 milhões de dúzias. O efetivo de galinhas ficou 1,9% superior, com 13,6 milhões de cabeças.
Veículo: Diário do Comércio - MG