Moy Park ganha peso no faturamento da Marfrig

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Depois de reafirmar em entrevistas recentes que as operações no Reino Unido, com a Moy Park, são um dos pilares para a reestruturação financeira da Marfrig Global Foods, o presidente da companhia, Sérgio Rial, disse ao Valor que espera que a unidade chegue a representar 35% do faturamento total da empresa nos próximos anos.

"O Brasil tem um potencial de crescimento no setor de alimentos, mas as operações são mais facilitadas no exterior", disse Rial. Para o executivo, a Marfrig está mais bem posicionada na área de pratos prontos com a Moy Park, que saiu de um crescimento anual de receita inferior a 20% em 2008, para 27% este ano.

Além do potencial operacional, a Moy Park também pode ajudar a Marfrig a reduzir de maneira mais rápida o seu endividamento. Em março, Rial afirmou que tinha planos de abrir o capital de uma das duas subsidiárias da Marfrig no exterior - Moy Park ou Keystone. Já em agosto, disse ser "crível" abrir o capital da Moy Park ainda no curto prazo, mas ressalvou que não há "pressa", ainda que a empresa tenha protocolado o pedido de IPO junto ao órgão regulador inglês.

Por meio da subsidiária, a Marfrig já é a maior investidora brasileira no Reino Unido, com cerca de 12 mil funcionários, segundo Rial. Além disso, a empresa tem cerca de 700 granjas no país, com mais de duas mil pessoas empregadas.

"Em nosso processo de reestruturação financeira, nós claramente nos tornamos mais internacionais", afirmou. Ele acrescentou que, após a venda da Seara Brasil para a JBS, as atividades no Reino Unido cresceram muito. Hoje, a Moy Park é a segunda maior empresa de frango britânica e a mais importante da Irlanda.

Em julho, a Marfrig já havia informado que pretendia investir 170 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 645 milhões) nos próximos cinco a sete anos para "promover o crescimento orgânico" de sua subsidiária. No primeiro trimestre deste ano, a Moy Park teve receita líquida de R$ 1,3 bilhão, quase um terço (27,3%) da receita líquida de R$ 4,8 bilhões que a Marfrig registrou nesse período.

Os investimentos no Reino Unido se tornaram mais atraentes, segundo Rial, por conta da economia local, que vem crescendo, apesar da crise financeira na Europa. Há ainda a presença de imigrantes que rejuvenesce a população do país, enquanto que a idade média do cidadão europeu aumenta. "Essa tendência traz dinamismo para as vendas", disse o executivo.

Um outro componente importante para guiar os investimentos da Marfrig no Reino Unido é que o consumidor inglês tem o hábito de comer mais pratos prontos, com carne processada. A Moy Park tem uma fatia de 50% do mercado de pratos prontos do Reino Unido.

O incentivo para investir nas operações da unidade internacional está relacionado à maior disposição do governo britânico em apoiar a inovação, segundo o presidente da Marfrig. "Todo trabalho de pesquisas que temos na Irlanda do Norte, por exemplo, é apoiado pelo governo do Reino Unido, que destina recursos para incentivar o segmento de proteína animal", afirmou Rial.



Veículo: Valor Econômico


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