Minerva volta ao azul e receita cresce

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Mais uma vez impulsionada pelas exportações, a Minerva Foods, terceira maior produtora de carne bovina do Brasil, informou ontem que registrou lucro líquido de R$ 18,5 milhões no segundo trimestre de 2014, ante prejuízo líquido de R$ 196,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

Mesmo com uma redução de 1,3% no volume de produtos vendidos, a receita líquida da empresa cresceu 25,7% na comparação, para R$ 1,656 bilhão. O avanço foi garantido pelo aumento dos preços da carne bovina nos mercados interno e externo. Entre abril e junho, o preço médio das vendas subiu 4,5% ante o mesmo trimestre do ano passado. No mercado externo, a alta foi de 7,4%, enquanto no país chegou a 25,4%.

De acordo com o CEO da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, o mercado internacional de carne bovina segue favorável ao Brasil, maior exportador mundial. De um lado, a demanda segue firme, e concorrentes como os Estados Unidos ainda sofrem com uma redução de rebanho que não deverá ser revertida nem no médio prazo, conforme ele. Para a Minerva, que tem nas exportações 70% de seu faturamento, o cenário é particularmente favorável. No segundo trimestre, a receita bruta dos embarques da empresa cresceu de 28,1%, para R$ 1,191 bilhão.

Já no mercado doméstico, a receita bruta registrou alta de 20,8% no segundo trimestre, para US$ 568,2 milhões. Segundo o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, as vendas no país foram beneficiadas pelo Dias da Mães e pela Copa do Mundo, que elevou o consumo de churrasco.

No segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia atingiu R$ 178,7 milhões, incremento de 32,9% na comparação com os R$ 134,4 milhões registrado entre abril e junho 2013. Na mesma comparação, a margem Ebitda cresceu 0,6 ponto percentual, de 10,2% para 10,8%. A Minerva também reduziu seu índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda), que recuou de 3,58 vezes em março para 3,43 vezes no fim de junho, quando a dívida líquida somava R$ 2,248 bilhões.

Os melhores resultados da Minerva também se refletiram no fluxo de caixa. Depois de amargar um fluxo de caixa livre negativo de cerca de R$ 300 milhões no primeiro trimestre devido à maior oferta de gado decorrente da severa estiagem que atingiu a região Centro-Sul do país, a Minerva conseguiu reverter parte desse quadro no segundo trimestre, afirmou Ticle.

Entre abril e junho, o fluxo de caixa livre da Minerva ainda ficou negativo em R$ 78 milhões. Mas a conta foi afetada por efeitos não recorrentes, como o gasto de R$ 88 milhões na aquisição de gado para formar estoques e o pagamento de R$ 38 milhões pela compra do frigorífico Carrasco, do Paraguai. Não fossem os eventos não recorrentes, o fluxo teria sido positivo em R$ 48 milhões.

Conforme Ticle, a Minerva ampliou seu estoque de boi no segundo trimestre com a aquisição de 58 mil cabeças de gado, uma quantidade elevada para os padrões da empresa. Segundo ele, esse nível de compra de gado não é recorrente e se deve à compra de gado para os confinamentos da empresa, usados mais intensamente no período da entressafra (no segundo semestre), bem como a uma mudança no perfil de exportações de boi vivo. A Minerva é a maior exportada de gado vivo do país.

Também pesou nos US$ 88 milhões gastos pela Minerva com gado a aquisição do estoque de boi de dois frigoríficos da BRF em Mato Grosso, que agora são operados pela Minerva em regime de prestação de serviços. Essas duas unidades foram adquiridas pela Minerva no ano passado, mas a empresa ainda aguarda o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para assumi-las de vez.

Se teve impacto negativo no fluxo de caixa livre do segundo trimestre, a aquisição das 58 mil cabeças de gado terá influência positiva neste terceiro trimestre. "O fato de ter feito um bom estoque biológico nos dá folga de capital de giro no terceiro trimestre. Mas ainda não sabemos precisar de quanto", disse Ticle. Ainda sobre capital de giro, o executivo destacou que a empresa ainda pretende reduzir seu ciclo de conversão de caixa, que está em 22 dias. Historicamente, afirmou, a Minerva tem um ciclo de conversão de caixa 15 dias. A gestão de capital de giro é considerado um item fundamental para a operação dos frigoríficos de bovinos, segundo analistas.




Veículo: Valor Econômico


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