Preço do peixe subiu 30% em seis meses

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Presidente da Aspa atribui os aumentos à exportação do peixe produzido na região



Nos últimos seis meses, o preço do pescado comercializado nas feiras e supermercados da Região Metropolitana de Belém (RMB) registrou um aumento médio de 30%, segundo apontam pesquisas realizadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). Neste mesmo período, a inflação registrada na RMB bateu na casa dos 3,79%. O levantamento feito pelo Dieese-PA mostra ainda que o reajuste alcançou a maioria das espécies vendidas na Grande Belém, e que é ampla a variação de preços dos principais tipos de pescado.

Segundo os dados do Dieese-PA, no primeiro semestre deste ano, dos pescados comercializados de forma inteira, a maior alta verificada foi a do filhote, com elevação acumulada de 31,97%; seguido da gurijuba (20,08%); do camurim (16,73%); da pescada branca (13,20%); da pescada amarela (12,59%); da tainha (9,63%); da dourada (6,44%) e do xaréu (1,03%). No caso dos pescados vendidos em posta, o filhote foi o que apresentou o maior reajuste nos últimos seis meses, com 13,74%. Entre as espécies filetadas, o maior aumento também ficou por conta do filhote - 29,64%.

Conforme avalia o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), José Oliveira, desde o ano passado, os preços estão sendo reajustados acima da média apurada em períodos anteriores. “Houve uma pequena queda na virada de maio para junho, entretanto, os valores voltaram a subir este mês”, alega. O empresário do setor supermercadista diz que a escassez do pescado e as exportações são as principais justificativas para a alta. “Os peixes da Amazônia são iguarias muito requisitadas no mundo inteiro. O nosso pescado é de altíssima qualidade, e, por isso, os preços acabam se elevando”, assevera.

Oliveira diz ainda que, mesmo com a alta média de 30%, não houve redução na demanda. “A carne branca é mais saudável, ou seja, o consumidor acaba pagando mais caro para manter em dia sua dieta ou mesmo por questões de cuidado. Não percebemos, com esta alta de preços, redução no consumo”, pontua. Ele destaca ainda que é grande a possibilidade dos preços continuarem em alta, já que a inflação ainda não está contida e a economia continua fora do eixo estável.

Para o consumidor, a solução é substituir algumas espécies, para não deixar faltar o peixe à mesa. Este é o caso do aposentado Edilson Velasco, de 66 anos, que não abre mão de comprar o pescado, pelo menos três vezes na semana. “Esse aumento é contínuo. O problema é que o salário do aposentado não acompanha estes reajustes, e, ao contrário disso, passamos por um arrocho”, diz ele. A saída encontrada pelo aposentado é trocar o cardápio, sem mudar muito o prato. “Vou continuar comprando o pescado, porém, ao invés do filhote, estou levando a pescadinha. O segredo está nos incrementos e guarnições”, brinca.



Veículo: O Liberal - PA


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