Carne suína deverá subir neste semestre

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Em meio à restrição de oferta de suínos e à demanda mais firme - e sazonal - no mercado interno e também no externo, os preços da carne suína tendem a se valorizar mais neste segundo semestre



No acumulado de julho até o última sexta-feira, o preço do suíno vivo no Estado de São Paulo registrou alta de cerca de 5%, a R$ 3,82 o quilo, de acordo com levantamento de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

"O que temos visto é que a oferta de suínos está bem ajustada nas granjas, diferentemente dos últimos anos, quando a oferta era maior e qualquer movimento deixava o produtor suscetível a reduzir os preços", afirma o analista do Cepea, Augusto Maia, em referência a impactos de embargos de países como a Rússia.

Neste ano, diz ele, a oferta de suínos no país não dá margem para que a indústria inicie uma "queda de braço" com os produtores independentes para reduzir as cotações. "Se a indústria forçar preço menor, o suinocultor pode segurar as vendas", avalia Maia.

De acordo com o analista, do Cepea o suinocultor é ajudado tanto pelo contexto benigno do ponto de vista de custos de produção quanto na comparação com a carne bovina, proteína concorrente.

Segundo ele, o preço do milho no Brasil - insumo básico na composição da ração animal - e está baixo, o dá uma oportunidade para que o produtor segure as vendas de suíno por algum tempo. Com o preço do milho mais barato, o peso da alimentação adicional é menor do que o verificado nos últimos anos. Além disso, a carne bovina seguem em patamares elevados neste ano, o que acaba por beneficiar a carne suína na competição.

Em relação à demanda, Maia diz que o segundo semestre é um período de maior consumo de carne suína no Brasil, devido ao comportamento dos consumidores brasileiros no clima mais frio e também por conta da demanda mais forte durante as festas de fim de ano.

No front externo, as notícias também são favoráveis para os suinocultores e a indústria, uma vez que as cotações internacionais da carne suína dispararam após o surto do vírus de diarreia epidêmica suína (PEDv, na sigla em inglês) que atingiu o plantel dos EUA. Além disso, a crise na Ucrânia praticamente não reduziu as importações de carne suína da Rússia.



Veículo: Valor Econômico


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