Churrasco sairá mais em conta na Copa

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Se você pertence à parcela da população que vai passar os dias de jogos  do Mundial ao lado da família, sentado em frente a TV e curtindo um churrasco com os amigos, já pode fazer a lista de compras. Picanha, Maminha, Alcatra, Fraldinha e outras carnes utilizadas no churrasco estão mais baratas em relação ao mês de abril e a tendência de queda deve prosseguir até a Copa, segundo garantem alguns açougueiros da capital baiana. Até nos supermercados, onde geralmente a carne bovina é oferecida a preços mais elevados, promoções já são anunciadas.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, Julio César Farias, que também é proprietário do frigorífico JS Agropecuária, a capital baiana é o estado onde o valor da carne é mais em conta em todo o país. “Em outros estados do sul e do sudeste, a tendência de preços está diferente da encontrada em Salvador, que está de estável para queda”, afirmou. Ainda segundo ele, que faz a distribuição do produto para açougues de Salvador e da Região Metropolitana, a última alta do produto ocorreu em abril, no entanto, no mês de maio, houve uma redução no valor do boi de aproximadamente 4%.

“Enquanto em Salvador você encontra carnes nobres com valores entre R$ 12 a R$ 17 o quilo, no sudeste, por exemplo, a variação sobe para R$ 19 e R$ 21", compara, excluindo nesta lista de carnes nobres a picanha e o filé mignon que, geralmente apresentam valores diferenciados. “A questão da picanha e do filé mignon não tem a ver com a oferta e a procura e com a sazonalidade, com o período. Eles têm preços mais elevados por conta do corte mesmo. Um boi de 250 quilos possui apenas 3 quilos de picanha e quatro de filé mignon. Já outras carnes nobres como o coxão mole são mais fartas, dão até 25 quilos só em um boi”, explica.

Açougues confirmam tendência de queda nos preços
A tendência apontada pelo sindicalista é confirmada pelos açougueiros. Na manhã desta quarta-feira (28), o gerente do Açougue Supremo, Cosme Souza, no bairro do Dois de Julho, terminava uma relação de novos preços dos cortes de primeira e de segunda. No local, as carnes nobres custam em torno de R$ 15, preço que segundo ele permanece há seis meses.  “Alguns cortes vão chegar a ter redução de 8% e a tendência deve seguir no mês de junho. Mesmo a procura sendo maior no período da Copa não pode aumentar os valores. Atendemos a hotéis, restaurantes e lanchonetes o ano inteiro, se a gente aumentar o preço, acaba perdendo o cliente para os concorrentes”, destacou. Na ponta do lápis, a redução dos valores no açougue Supremo vai variar de R$0,49 a R$ 1,49 o quilo.

No concorrente vizinho, o Frigorífico Dois de Julho, que recebe carnes do interior da Bahia, o congelamento dos preços também foi garantido pelo gerente Ademir Cerqueira. “Não acredito que o preço vá subir nos próximos meses. Nós já tivemos um pequeno aumento no valor do boi, mas foi coisa pequena, que sequer foi repassada ao consumidor final”, afirma.

 Em compras para o seu negócio, o Restaurante Tempero Caseiro, que fica no centro da cidade e vai funcionar durante o período do mundial, o microempresário Marivaldo Silva ouviu aliviado as palavras do gerente do frigorífico. Ele temia o crescimento dos valores no período, que automaticamente diminuiria a margem de lucro.

Mesmo sendo a capital onde a carne bovina é mais barata, o soteropolitano deve pesquisar o valor do mesmo tipo de carne antes de comprar. Isso porque, a depender do bairro e do estabelecimento, o valor do mesmo corte pode fazer a diferença no bolso.

O filé mignon é um dos exemplos mais notórios. Enquanto nos supermercados o corte da carne nobre custa em torno de R$35, nos açougues de bairros o valor varia de R$ 22 a R$ 28. O mesmo acontece com a picanha que apresenta variações de R$ 17,99 a R$ 42,99. “Alguns preços são fruto de especulação, não tem outra justificativa. Às vezes o quilo da mesma carne muda muito a depender do local, apesar de partirem do mesmo fornecedor”, alerta o gerente.



Veículo: A Tribuna - BA


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