A Copa do Mundo pode representar oportunidades para os setores de aves e suínos do Brasil, mas também riscos à sanidade animal. A indicação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, durante apresentação da nova entidade a empresários gaúchos nesta quinta-feira.
A preocupação é com a grande quantidade de estrangeiros que vão circular pelo País ao longo do período do evento. Segundo a Embratur, a expectativa é de que 500 mil turistas estejam no Brasil para o Mundial. A atenção deverá ser redobrada especialmente com países da Ásia e com o México, que registraram nos últimos anos casos de gripe aviária. No continente asiático, o prejuízo econômico superou os € 8 bilhões. Já no México, as perdas chegaram a US$ 700 milhões. Na suinocultura o temor é com a Diarreia Suína Epidêmica, que atingiu 10% do rebanho dos Estados Unidos no ano passado.
Uma cartilha foi elaborada pela equipe técnica da ABPA juntamente com técnicos de empresas do setor e repassada a agroindústrias produtoras e exportadoras associadas, entidades estaduais e setoriais. Entre as recomendações estão a proibição de visita de estrangeiros procedentes de países com focos recentes de Influenza Aviária de alta patogenicidade e a restrição máxima a visitas de qualquer origem e atividade não ligada a empresas em agroindústrias produtoras de aves e ovos. “Temos que promover o nosso produto para o mundo durante a Copa, mas também é preciso nos cercar de qualquer problema sanitário”, salienta Turra.
A ABPA unificou os trabalhos desenvolvidos pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs) em uma entidade só. Além de Turra, a diretoria é composta também por Rui Vargas, que era presidente da Abipecs, como vice-presidente do segmento de suínos, e Ricardo Santin, que atuava como diretor de mercados da Ubabef, como o vice-presidente do segmento de aves.
O objetivo, de acordo com o presidente da ABPA, foi o de fortalecer os dois setores política e economicamente para criar estratégias no mercado nacional e internacional e ampliar a produção e exportação das carnes suína e de frango. “Precisamos abrir novos mercados para não ficar na mão de nenhum país comprador”, reforça Turra, lembrando o exemplo de Rússia e Ucrânia com a carne suína, que detêm as maiores fatias da exportação brasileira do produto e por restrições sanitárias causaram impacto negativo na cadeia produtiva no Brasil.
Veículo: Jornal do Comércio - MG