BRF poderá vender divisão de lácteos ou fazer parceria

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A BRF admitiu ontem, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que está "estudando alternativas estratégicas para sua divisão de lácteos, inclusive a formação de parcerias ou a alienação parcial de tais ativos a terceiros". O Valor apurou que até mesmo a venda de toda a divisão de lácteos da BRF, dona das marcas Batavo e Elegê, é uma possibilidade.

O desempenho da divisão de lácteos não tem agradado à nova direção da BRF, que tem Abilio Diniz na presidência do conselho de administração desde abril do ano passado. A empresa divulga hoje seus resultados depois do fechamento do mercado.

Em outubro do ano passado, durante apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2013 da empresa, o diretor presidente da BRF, Cláudio Galeazzi, já dera sinais de que a divisão poderia ser alvo de alguma medida.

Na ocasião, ele disse que a empresa poderia firmar parcerias "relevantes" com companhias estrangeiras na área de lácteos. "É um mercado interessante, e investidores fora do país estão de olho no nosso mercado", afirmou. Ele declarou ainda, na ocasião, que a BRF tem uma estrutura de captação de leite fundamental para a produção de lácteos, o que é essencial para uma companhia do segmento que queira entrar no Brasil.

Antes da chegada de Abilio Diniz ao conselho da BRF, a empresa já havia negociado parcerias no segmento de lácteos, mas que não se concretizaram. A divisão teve receita de R$ 760 milhões no terceiro trimestre do ano passado, o equivalente a 10% do faturamento total da BRF. Ainda que tenha em seu portfólio de lácteos, produtos de alto valor agregado, a BRF também sofre, como outras empresas do setor, os efeitos das fortes oscilações nas margens do leite longa vida.

Segundo apurou a reportagem, a BRF avalia "opções" neste momento. Fontes do setor consideram que uma eventual parceria ou venda de ativos pela BRF poderia ser feita com uma empresa grande do setor que ainda não está no Brasil ou ainda tem negócios pouco relevantes. Nesse perfil se encaixam companhias como a francesa Lactalis (que comprou a Balkis em 2013), a canadense Saputo e a holandesa Friesland Campina.

A Lactalis chegou a negociar a compra do controle da LBR Lácteos, em 2013, mas os problemas financeiros da empresa brasileira impediram a operação. A LBR, que está em recuperação judicial, também continua tentando vender seus ativos e tem conversado com "múltiplos interlocutores" de "múltiplos países", segundo fontes próximas à empresa.

Os dois movimentos dão uma ideia da agitação que vive o setor de lácteos no Brasil, um mercado visto com interesse por empresas estrangeiras, já que tem forte potencial de crescimento.


 

Veículo: Valor Econômico


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