A produção de frangos em Minas Gerais deverá crescer em torno de 2,5% neste ano, seguindo a tendência de aumento do consumo. Os preços mais atrativos da carne no mercado interno, se comparada às demais, e as exportações em crescimento são estímulos para a expansão.

Com a expectativa positiva em relação à demanda, os preços pagos aos avicultores devem permanecer em patamares lucrativos. Apesar da estiagem prolongada, registrada nas principais regiões produtoras de grãos do país, os representantes do setor acreditam que não haverá incremento substancial nos custos, já que a safrinha deverá garantir o abastecimento do mercado.

De acordo com o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos Vasconcelos Costa, as expectativas em relação ao setor são favoráveis. "A carne de frango é a mais democrática, já que é consumida por todas as classes sociais. Esta abrangência favorece o aumento do consumo mundial e as industrias têm investido cada vez mais na diversificação dos cortes e dos produtos, o que é fundamental para a expansão do setor. O consumo mundial de frango vem crescendo em torno de 8% ao ano", observa.

Em relação ao mercado brasileiro, as estimativas são de um ano positivo para o setor. E a aposta é que o consumo mantenha a trajetória de alta. "Esperamos que ocorra crescimento entre 2,3% e 2,5% tanto em relação à produção como no consumo de carne de frango. O crescimento equivalente entre a oferta e a demanda é importante para que se mantenha o equilíbrio do mercado, garantindo rentabilidade para a cadeia produtiva e preços competitivos para os consumidores", diz.

De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, os preços do frango vivo estão em elevação. Em Minas Gerais, entre o dia 17 e 21 de fevereiro, o quilo do animal vivo passou de R$ 2,30 para R$ 2,50. Os dados da Avimig mostram que entre os dias 24 e 26 de fevereiro foi registrado novo avanço na cotação, que atingiu os R$ 2,55 por quilo da ave viva. A situação, segundo Safras, é atípica e se deve à alta dos custos de produção, considerando a forte elevação do milho.

A alta dos custos de produção não deve perdurar ao longo de 2014. "Estamos acreditando no rendimento da safrinha, que tem como principal Estado produtor o Mato Grosso. A alta no período atual é atípica. O ano começou com retração nos valores pagos pelo frango, provocada pelo período de férias, o que já era esperado e ocorre, normalmente, ao longo dos primeiros seis meses do ano, com expectativa de retomada durante o segundo semestre", ressalta.

"A seca mais rigorosa afetou os estados de Minas Gerais, São Paulo, a região Noroeste do Paraná e o Sudoeste do Mato Grosso. Acreditamos que os preços do milho vão se valorizar agora pela queda na produção da primeira safra. A expectativa é que a produção da safrinha, principalmente no Mato Grosso, onde já são registradas chuvas, seja suficiente para abastecer o mercado", avalia.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de milho na segunda safra deve atingir 42,8 milhões de toneladas. Somente o Mato Grosso deverá produzir 16,5 milhões de toneladas. A produção nacional na safra de verão foi estimada em 32,6 milhões.



Veículo: Diário do Comércio - MG