JBS em Montenegro tem áreas interditadas

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Segundo força-tarefa, foi constatada uma situação de grave e iminente risco aos trabalhadores no frigorífico

O Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) determinou ontem a interdição de parte das máquinas e setores da unidade da JBS Aves Ltda. em Montenegro. A decisão foi decorrência de uma força-tarefa realizada em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e acompanhada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (CNTA) e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Montenegro (Stiam), onde foi constatada “situação de grave e iminente risco”.

De acordo com Ricardo Garcia, procurador do Ministério Público do Trabalho em Caxias do Sul, que acompanhou a vistoria, alguns processos e atividades nas áreas de embutidos, processamento e transporte do material oferecem perigo de choque elétrico e não possuem alarme ou comunicador. Além disso, as câmaras frias não abrem por dentro. “Está sujeito a matar um trabalhador por hipotermia”, afirma Garcia.

Através de sua assessoria de imprensa, a empresa informou que já está trabalhando para resolver os problemas. Segundo a JBS, parte seria solucionado ainda ontem e o restante deve ser resolvido no máximo até domingo. A empresa disse também que a produção não foi afetada pelas interdições. Mesmo assim, Garcia afirma que não está descartada a aplicação de alguma penalidade contra a empresa, o que deverá ser decidido até amanhã.

A mesma planta já havia apresentado problemas em setembro de 2012, poucos meses após a JBS assumir a unidade que fora da Frangosul até maio daquele ano. “Diante da situação atípica da empresa ter assumido a planta apenas três meses antes, resolvemos não interditar naquele momento para permitir à empresa solucionar aqueles problemas”, conta Garcia.

Garcia diz que a situação melhorou bastante, mas que ainda há problemas pontuais. “A gestão de saúde e segurança é frágil e passiva. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) não funciona. É um órgão fundamental em qualquer sistema de gestão. Os programas de prevenção de riscos de acidente do trabalho e de doença ocupacional ainda não foram adequados à legislação”, aponta.

O procurador afirma ainda que há vários trabalhadores afastados por doenças ocupacionais, com prazos de 14 a 40 dias. “A maior parte com LER, doença osteomuscular relacionada ao trabalho. Tudo em função da falta de implementação de um plano ergonômico. Embora a empresa tenha feito uma análise ergonômica do trabalho de boa qualidade”, diz.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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