Os preços praticados no mercado interno do boi gordo voltaram a apresentar sustentação ao longo da semana. Na avaliação do analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, essa situação é reflexo direto do quadro de escassez de oferta que acomete o mercado, justamente no período de safra. "A alta de preços se mostra generalizada e deve estender-se durante todo o mês de fevereiro, considerando o retorno às aulas como propulsor da demanda interna durante o período avaliado", diz.
A oferta em todo o Centro-Oeste do país também apresentou forte retração durante todo o mês. A estiagem prolongada presente em algumas regiões produtoras é outro fator que agrava este panorama.
"Vale ressaltar que como o boi ainda não está terminado, há a necessidade de adoção de um modelo de semiconfinamento com o intuito de normalizar o ganho de peso dos animais. Essa situação acaba por aumentar os custos de produção, afinal o milho apresentou boa alta durante a última semana. Este é outro fator que acaba inflacionando os preços do boi gordo no mercado interno", explica.
Os preços praticados no mercado atacadista voltaram a subir durante a primeira quinzena de fevereiro. Essa situação é reflexo das escalas mais curtas, que afetam diretamente os estoques. Nessa linha de raciocínio, a expectativa é que os preços voltem a subir durante fevereiro, superando o padrão em que o mercado trabalhou durante o primeiro bimestre em anos anteriores.
"O retorno às aulas atua como impulso ao consumo durante o início do mês. Nesse sentido, as carnes que apresentam melhor demanda nesse período são as de menor qualidade, nesse caso os cortes relacionados ao dianteiro e à ponta de agulha. Os preços desses cortes com osso já traduzem essa tendência com a alta apresentada no início da semana passada", completa Iglesias.
Em São Paulo, o mercado teve preço de R$ 118/119,00 por arroba. Em Mato Grosso do Sul, o preço subiu para R$ 110/111,00 por arroba. Em Minas Gerais, a arroba ficou em R$ 108,00. Em Goiás, a arroba foi cotada a R$ 109,00. Em Mato Grosso, o preço se manteve em R$ 100,00 por arroba.
Corte traseiro permanece cotado a R$ 9,80, por quilo. Corte dianteiro apresentou alta de R$ 0,50 e foi cotado a R$ 6,00, por quilo. Ponta de agulha apresenta alta de R$ 0,10, e foi precificada a R$ 5,20, por quilo.
Veículo: Diário do Comércio - MG