Boi gordo tem preço recorde

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Demanda aquecida e oferta restrita em função da seca fazem arroba atingir R$ 110 em Minas

A demanda aquecida nos mercados interno e externo, aliada a uma oferta restrita, em função da seca, está alavancando os preços do boi gordo em Minas Gerais, que para a época já são considerados recordes. A cotação máxima registrada no Estado é de R$ 110 a arroba, valor alcançado somente entre novembro e dezembro, período de pico da entressafra. Com a demanda em alta, os animais de reposição, bezerros de seis arrobas, também estão batendo recorde de preços, com a cabeça avaliada em torno de R$ 850.

De acordo com os coordenador técnico de bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), José Alberto de Ávila Pires, os preços praticados atualmente são atípicos, e a tendência é que o mercado se mantenha firme.

"A seca está trazendo uma grande preocupação para o setor, já que afetou de maneira geral as pastagens. A safra de boi normalmente acontece entre janeiro e junho, em função da regularidade de chuva, período em que o pecuarista consegue garantir alimentação mais barata para o rebanho. Este ano está totalmente atípico e, com isso, a oferta está restrita em um período de demanda elevada, o que deve manter o mercado firme", disse.

A demanda aquecida se deve ao aumento do consumo no mercado interno e ao bom ritmo das exportações, também favorecidas pela desvalorização do real frente ao dólar.

Cotações - Segundo o levantamento da Emater-MG, as maiores cotações foram registradas no Alto Paranaíba, com a arroba sendo negociada entre R$ 108 e R$ 110, seguido pela região Noroeste e Triângulo (R$ 104 a R$ 105,); Norte de Minas (R$ 98 a R$ 104); Rio Doce e Mucuri (R$ 96 a R$ 98). Em igual período do ano passado, os preços no Estado variavam entre o mínimo de R$ 86 e o máximo de R$ 91 por arroba.

"As regiões onde os preços são menos valorizados são as mais atingidas pela seca, e isso mostra que os pecuaristas não estão conseguindo terminar o boi gordo. Já nas regiões que enfrentam a seca, mas em níveis menos severos, os pecuaristas já conseguem concluir o boi com qualidade e alcançam nas negociações preços mais valorizados", disse Pires.

Com o aumento dos preços do boi gordo, os valores pagos pelos animais de reposição, bezerros de seis arrobas, também estão em alta. De acordo com Pires, a cotação no Estado varia entre R$ 800 e R$ 900 por cabeça, sendo que a média do período é de R$ 630, uma variação máxima de 42%.

"Os preços são recordes e vêm sendo alavancados pela alta demanda por parte dos pecuaristas, já que em 2013 foi registrado um incremento de 15% no abate de bovinos. O grande volume de compras é muito bom para os criadores de bezerros, pois esta atividade, dentro da cadeia da pecuária de corte, é a menos valorizada", disse.

Para o período de confinamento, as estimativas ainda são cautelosas e a definição do volume de animais a ser confinado dependerá dos preços dos grãos, principalmente do milho. "A seca pode reduzir consideravelmente a oferta de milho. Com isso, os custos da engorda de bovinos em confinamento durante a entressafra (julho a dezembro) poderão ser elevados. Trata-se de um cenário preocupante para 2014", alerta Pires.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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