Produtores de alimentos orgânicos miram o mercado internacional

Leia em 3min 10s

Feira no Rio de Janeiro promoveu rodada de negócios internacionais para diminuir a distância entre o produtor nacional e os compradores estrangeiros

 

 



Os produtores de alimentos orgânicos estão mirando o mercado exterior como forma de expandir os negócios e até se proteger do momento delicado da economia brasileira. Se a produção de alimentos, bebidas e cosméticos feita sem uso de adubos químicos e agrotóxicos ainda é novidade para muitos brasileiros, o contrário não acontece no exterior, onde há décadas esse tipo de artigo é muito valorizado.

Em sua 4ª edição, aberta nesta quarta-feira (20), a Feira Green Rio promoveu, pela primeira vez, uma rodada de negócios internacionais para encurtar a distância entre o produtor nacional e os compradores estrangeiros. A coordenadora de negócios da rodada de negócios da feira, Monica Werneck, destacou o crescimento do mercado de orgânicos, na contramão da situação econômica do país. “Convidamos dez importadores de empresas de fora para que conheçam os produtos dos expositores. Este ano temos empresas do Peru, da Colômbia, da Dinamarca, da Estônia. A expectativa é que dobrem os negócios, exatamente por causa da rodada de negócios internacional”, disse Monica.

Um dos casos de sucesso é o do jovem empresário João Paulo Satamini, de 32 anos, proprietário da empresa Brasilbev, que já exporta suas bebidas energéticas e chás mate orgânicos para sete países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Japão. “Conseguimos fazer um produto orgânico com preço agressivo, que está competindo com os convencionais. Temos certificados orgânicos pelo Ministério da Agricultura, por Estados Unidos, Europa e Canadá. Nossa primeira certificação levou um ano e meio”, disse Satamini, que lançou o energético há quatro anos e as linhas de chás há quatro meses.

A rodada de negócios internacional foi organizada pela Associação Brasileiras dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), dentro do projeto Brazilian Flavors. A presidente executiva da Abba, Raquel de Almeida Salgado, destacou que a conquista do mercado exterior é possível, mas demanda comprometimento das empresas. Ela considera que a busca da exportação pode ser um caminho sem volta. “Só não vai ser um caminho sem volta se o empresário não estiver preparado para isso, se for uma aventura. Existem quatro cês: a capacitação, o conhecimento, a cultura exportadora e o comprometimento. Se ele não tiver isso, vai ser um aventureiro. Ao ir, ele tem que ficar e incrementar. Não, ir e voltar”, aconselhou Raquel.

O mercado de orgânico também tem espaço para grandes empresas, como a Korin Agropecuária, especializada na produção de carnes orgânicas e ambientalmente sustentáveis. Segundo o diretor-superintendente da empresa, Reginaldo Morikawa, o mercado de orgânicos está se desenvolvendo no país, na contramão da crise. “O orgânico leva consigo a questão de ser um produto seguro. Com isso, faz com que o mercado cresça, independentemente da crise. A maior dificuldade é achar a matéria-prima orgânica. Existe a necessidade da indústria fazer uma integração dessa produção, para ter certeza que terá o produto”.

O faturamento da Korin apresentou um forte crescimento nos últimos anos, saindo de R$ 20 milhões, em 2007, e atingindo R$ 94 milhões em 2014. Do total produzido, 40% é totalmente orgânico e 60% produtos sustentáveis. O frango, que é o carro-chefe, é considerável sustentável por ser livre de antibióticos e alimentado com ração vegetal. A empresa está exportando para Oriente Médio, China e Japão. “Eles dão valor ao bem estar animal e à preservação ecológica. O mercado de orgânico para a Korin está positivo, crescente e deve continuar assim por mais dez anos”, disse Morikawa.

A feira Green Rio prossegue nesta quinta-feira (21), no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico.




Veículo: Diário de Pernambuco


Veja também

Varejistas buscam alternativas para a crise

Evento da CDL-POA reuniu empresários do setor na Capital com o objetivo de identificar oportunidades de crescimen...

Veja mais
Nova tecnologia usa lâmpada para dar descontos a clientes

Veículo: Brasil Econômico...

Veja mais
Rede de farmácias CVS compra Omnicare por US$ 12,7 bilhões

CVS: a aquisição aumenta a participação da CVS em serviços voltados à terceira...

Veja mais
Produtores de Tauá buscam selo de qualificação para queijo local

Sabe aquele queijinho de coalho, fresco, gostoso, que chega à mesa do sertanejo no café da manhã, n...

Veja mais
Governo desiste de importar café do Peru

Os esforços empreendidos pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e Federa...

Veja mais
Baixa umidade impede o avanço no plantio do trigo

Área cultivada no Rio Grande do Sul alcança 3% do total projetado   As condições clim...

Veja mais
Pãozinho fica 2,8% mais caro; preço pode variar até 100% de acordo com o estabelecimento

Variação foi mais significativa na Região da Pampulha, onde o aumento ficou acima da média (...

Veja mais
Hortifrúti tem alta de até 75,29%

Entre as frutas, a alta de 6,08% foi puxada pelo melão japonês, que registrou um aumento de 40,18% em abril...

Veja mais
Quase 80% das pessoas fazem parcelamento

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bo...

Veja mais