Mudança de hábito do consumidor impõe a remodelação na venda de hortifrutis

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A busca por melhor qualidade de vida tem mudado hábitos dos consumidores que buscam de forma sistêmica produtos mais saudáveis.

 

Pesquisa realizada pela FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - e o - IBOP - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - com mais de 1500 pessoas no país, revela que a procura por alimentos saudáveis aumentou em 32% e os produtos de maior qualidade têm uma aceitação de 29%.

 

À este cenário a AMAS - Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados - acrescentou a necessidade de otimizar custos e despesas na comercialização de hortifrutis, e promoveu juntamente com o Sebrae, a Prefeitura de Campo Grande, o Sistema Fecomércio, a Fundação de Turismo MS e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, nos dias 12 e 13 de julho, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, o 1º Seminário Técnico de Hortifruti - evento inédito no MS.

 

Pela primeira vez reuniram-se representantes de toda cadeia produtiva de frutas, verduras e legumes, em debates sobre operação, transporte, recebimento, conferência, armazenagem, higiene e limpeza, preparação, embalagem, exposição, recursos humanos e atendimento ao cliente. Os trabalhos foram conduzidos por renomados consultores de nível mundial e especialistas de órgãos federais, que de forma interativa “mostraram que é possível reduzir para 4% a 6% as perdas de comercialização que hoje atinge 10%, em média nos supermercados do país, distinguir com segurança os produtos orgânicos e impactar positivamente a rentabilidade da seção de hortifrutis com diferenciais para os consumidores”, analisou o presidente da Amas, Acelino Cristaldo.

 

Mercado

 

Autoridades representando os governos Federal, Estadual e Municipal, prestigiaram a cerimônia de abertura do Seminário. Orany Furtado da Rocha, superintendente da Sedesc - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia e do Agronegocio -, representante do vice-prefeito e Secretário, Edil Albuquerque, anunciou que a Prefeitura de Campo Grande irá lançar mão de uma importante ferramenta que é o processo educativo voltado ao consumo de produtos orgânicos. “Em breve estaremos visitando as escolas com uma unidade móvel, passando orientações aos pais e alunos quanto às vantagens nutritivas dos produtos orgânicos”, disse.

 

Segundo o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), José Antônio Roldão, que representou o governador André Puccinelli, “a produção local de hortifrutigranjeiros participa com apenas 20% do que é comercializado os outros 80% vem de outros estados”, acentuou.

 

Membro da Comissão de Agricultura e Pecuária e Desenvolvimento Agrário da Assembléia Legislativa, o deputado Junior Mochi, líder do Governo, reconhece que a classe produtora “é de uma competência invejável para superar metas e obstáculos visando estabelecer recorde de produtividade, isto da porteira para dentro” - frisou.

 

Também estiveram presentes o presidente do Sindsuper - Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande - e vice-presidente da Amas e da Abras - Associação Brasileira de Supermercados -, Adeilton Feliciano do Prado; o presidente da Fcdl/MS - Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de MS -, Álvaro José Fialho; o vice-presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Lídio Lopes; e como representantes  do Sebrae/MS, o empresário Roberto Rech e do Sistema Fecomércio, Ionize Piazzi.
 


Palestras

 

Empresários, gestores, colaboradores supermercadistas, produtores e técnicos de órgãos públicos, que somados foram mais de 150 pessoas, fizeram uma verdadeira imersão nas questões  que envolvem os  hortifrutis, nos dois dias de Seminário.

 

Logo no primeiro tema “Legislação e Fiscalização de Produtos Orgânicos”, o expositor Celso Martins - chefe do Serviço de Política e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no MS-, despertou nos supermercadistas a necessidade de saber diferenciar o produto orgânico de um outro qualquer.

 

Flávia Ponte Bandeira Costa - assessora de Soluções de Negócios da GS 1 Brasil (SP), contribuiu com as colocações de Celso Martins, na exposição sobre o tema “Rastreabilidade: Como o Código de Barras pode ajudar os supermercados a melhor gerenciar Hortifrutis”. Ao discorrer sobre a importância da restreabilidade mostrou o GS 1 Databar, um novo código de barras que serve para identificação de frutos e legumes.

 

Já o diretor da CEAGESP - Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo -, Cláudio Fanale, ao abordar sobre o tema “Logística e Armazenagem de Hortifrutis”, recomendou aos supermercadistas que em primeiro lugar é preciso comprar bem o produto: “experimentar, provar e deve ser observada a questão da perda de umidade do produto se armazenado em condições de temperatura inadequada”, orientou Fanale.

 

O especialista em Varejo,  Mário Duarte - ex-colaborador do Pão de Açúcar  (SP), mostrou que através de melhores práticas pode-se melhorar consideravelmente a operação dos hortifrutis. “Os hortifrutis são os únicos produtos vivos vendidos nos supermercados, por isso são mais perecíveis”, destacou. Duarte abordou dois temas “Gestão Estratégica de Hortifrutis em Supermercados” e “Hortifrutis na Prática”, apontando as principais soluções para redução de perdas: “comprar bem, operar bem o produto quando chega na loja, exposição e ter uma operação diferenciada de caixa que saiba qual é o produto que está passando no momento. Some-se a isto os recursos humanos, que têm que ser valorizado o tempo todo”.

 

Ao final do 1º Seminário Técnico de Hortifrutis, já em seu segundo dia, o consultor de varejo e multiplicador da ENS - Escola Nacional de Supermercados -, Rubens Ferreira Garcia, interagiu com o público o tema “Higiene e Limpeza”, utilizando farta ilustração e fazendo-os ver a relevância dos aspectos de limpeza e higienização de utensílios e equipamentos. “Procedimentos que garantem a qualidade dos alimentos e não coloca em risco a saúde do consumidor. Agrega valor e contribui no aumento da rentabilidade do setor”, afirmou.

 

Opinião - Uma das participantes a empresária Érika Rosiane Nesrala, considerou o evento de extrema valia para o seu negócio. Proprietária do supermercado Ki-Frutas, em Campo Grande,  cuja operação é 50% de hortifrutis, disse que as perdas em sua loja chegam a atingir até 12%. “Em épocas passadas registramos até 15%, mas isso vai mudar. É um trabalho árduo, reconheço, mas com as orientações colhidas neste Seminário, faremos chegar entre 4% e 6%”, afirmou. Também o supermercadista Genilson Sanches, dono dos supermercados Santos, nas cidades de Bonito e Jardim, disse que as perdas nos hortifrutis chegam ao patamar de 15%. “De imediato vamos rever o processo de manuseio mínimo. Outras situações merecem planejamento a médio e a longo prazos”, disse Genilson.

 

O 1º Seminário Técnico de Hortifrutis contou ainda com as parcerias do Sindsuper, Agraer, Ceasa MS, GS 1 Brasil e a Embrapa. Em setembro a Amas irá realizar, também pela primeira vez no estado, o Supermeeting com palestras de especialistas sobre “Perdas no Varejo”. E, nos dias 18 e 19 de outubro, na cidade de Dourados, acontecerá a 21ª Super AMAS, feira de negócios do setor supermercadista.

 

Veículo: A Crítica - AM


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