Barba, cabelo e bigode

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                               Homens vaidosos, mas com vergonha de comprar em loja, alimentam sites de beleza masculina



Nem só de xampu anticaspa vive o mercado de cosméticos masculinos. E é no ambiente on-line onde crescem as oportunidades para as empresas que investem em produtos para homens vaidosos, que curtem fazer barba, cabelo e bigode em casa.A Shop4Men, inaugurada em agosto de 2013 pelo casal Christoph Mayer-Loos, 25, e Amanda Sergio, 27, viu numa cera de cabelo que Loos não encontrava no mercado uma oportunidade de negócio.

"Há poucos produtos e informação sobre beleza masculina, e o homem, em geral, não sabe identificar o cosmético ideal para o estilo que procura", diz o empresário, que projeta faturar R$ 1,5 milhão até o fim deste ano.Ele dividiu o site em filtros como "cabelo arrepiado" para facilitar a busca por produtos específicos."É errado dizer que só agora o homem está se cuidando. Ele sempre usou desodorante, perfume e creme de barbear, mas não passava disso porque não sabia e tinha vergonha de procurar saber se havia produtos para ele", afirma Loos.

A vergonha também foi o pulo do gato para Lucas Amoroso Lima, 26, que com mais três sócios inaugurou, em 2012, o Men's Market, hoje líder do segmento."Um homem pode até achar legal quando vê o amigo arrumado, com a pele boa, mas não pergunta para ele qual produto usou por puro preconceito", diz Lima.

Mesmo com esse sentimento de compra ilícita, os homens brasileiros estão em segundo lugar no ranking mundial de consumo de cosméticos, atrás dos EUA, segundo a consultoria inglesa Euromonitor International.Ficar careca ou "brega" são as maiores preocupações dos homens que, segundo Lima, ligam a todo momento na central da Men's Market para procurar dicas. "Até foto mandam para perguntar se o visual está bonito", diz.

Já o carioca Jairo Bittencourt, 42, tem a seu favor uma cultura despojada. Por meio do seu e-commerce Versão Masculina, ele vende roupas e produtos de beleza."O carioca é casual e gosta de se vestir assim. Geralmente a compra de um cosmético é atrelada a uma camiseta ou acessório", afirma Bittencourt. Mais da metade dos seus clientes são cariocas e compram, em sua maioria, produtos para barba.

EM ALTA

As três empresas passaram a investir em itens de moda como pulseiras, cintos e meias, e não pretendem frear os investimentos, mesmo em um ano difícil."Com crise ou sem crise, o que nunca vai mudar é a vontade do homem de se sentir melhor com sua aparência", diz Lima, da Men's Market.

Carlos Ferreirinha, dono da consultoria MCF, especializada no varejo de luxo, aposta em crescimento "por muito tempo". "O setor de beleza se encaixa no segmento de luxo acessível. A pessoa pode não comprar tanto, mas ninguém deixa de consumir um perfume, um xampu."Aproveitando o mercado, a MCF negocia trazer a marca sueca de produtos de beleza masculina Recipe for Men para o Brasil.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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